A decepção com a campanha no Brasileirão liga o alerta no Beira-Rio. Há preocupação cada vez maior com a aproximação do Inter à zona de rebaixamento. A direção sofre pressões de correntes políticas e da torcida e não descarta mudanças no departamento de futebol.

Com o fim da 14ª rodada, o Inter segue na 14ª colocação, apenas três pontos acima do São Paulo, o 17º na tabela e primeiro dentro da zona de rebaixamento.

Os bastidores do clube ficaram ainda mais agitados após o empate em 0 a 0 com o Cuiabá no sábado. Aliado do presidente Alessandro Barcellos, o vice de futebol João Patrício Herrmann, que já era um dos alvos das redes sociais e protestos, também sofre contestações de movimentos de oposição e até mesmo de apoiadores da gestão.

O Conselho de Gestão discute internamente a sequência do trabalho. As conversas por telefone têm sido mais frequentes sobre o cenário turbulento. O grupo que comanda o clube se reunirá nesta segunda, como ocorre sistematicamente.

Nesta tarde, o tema entrará em pauta e não está descartada uma correção de rumos ou mesmo o respaldo aos atuais dirigentes. Até mesmo porque há o duelo com o Flamengo no domingo. Se um resultado positivo traria outro ânimo, novo insucesso aumentaria a turbulência.

Uma eventual mudança poderia trazer dificuldades políticas. Herrmann é membro do Convergência Colorada, um dos grupos que apoiou a eleição de Barcellos, que pertence ao Academia Colorada.

Torcedores do Inter protestam em frente ao hotel na saída dos jogadores rumo ao Beira-Rio

Torcedores do Inter protestam em frente ao hotel na saída dos jogadores rumo ao Beira-Rio

A costura por um substituto passaria também pelo Inove Inter, outro movimento apoiador da gestão. E causaria interrogação pela falta de nomes de consenso. Além, claro, de manter a união do bloco sem uma fratura que dificultasse a sequência do projeto, eleito até o fim de 2023.

Nas discussões, também aparecem questionamentos ao executivo Paulo Bracks. O dirigente tem recebido críticas pela dificuldade de reforçar o grupo de Diego Aguirre. Entretanto, ainda tem fôlego pela posição de cumprir as diretrizes impostas e não corre tanto risco de ver o trabalho abreviado.

O treinador aguarda um sinal do departamento médico se terá Patrick, que se recupera de desconforto na coxa esquerda. Aguirre, por outro lado, perdeu Moisés, expulso contra o Cuiabá. Mauricio passará por um exame para saber a gravidade no problema na coxa direita.

Após o domingo de descanso, o grupo se reapresenta na tarde desta segunda-feira. O dia será fundamental para saber quais rumos o Inter tomará para esta sequência de uma delicada temporada. (Globo Esporte)