O primeiro passo para a resolução de todas as pendências relativas à casa do Corinthians foi dado com a definição dos naming rights – aliás, a Neo Química Arena teve seu batismo no último sábado, no empate em 2 a 2 com o Botafogo. Só que, agora, o Timão precisa encaminhar acertos com Caixa e Odebrecht para equacionar todas as dívidas oriundas do empreendimento. A expectativa do clube, aliás, é que as conversas evoluam nas próximas semanas.

A construção do estádio teve um valor total de R$ 1,15 bilhão, sendo R$ 400 milhões oriundos de financiamento – a Caixa foi o agente repassador do dinheiro, que teve origem no BNDES -, R$ 400 milhões de debênturues e R$ 350 milhões pagos pela Odebrecht. Há alguns meses, o Corinthians tenta junto ao banco um acordo. A Caixa, inclusive, chegou a executar uma dívida de R$ 536 milhões (valor do qual o clube discorda), mas o processo atualmente se encontra suspenso. “A Caixa tem ciência dos naming rights, e negociações estão sendo conduzidas para definir o valor devido e a forma como haverá os pagamentos em harmonia com o fluxo financeiro do faturamento da Neo Química Arena, que agora inclui os naming rights”, disse Fábio Trubilhano, diretor jurídico alvinegro, ao GE.Globo.

Andres Sanches
Ricardo Bufolin/Getty Images

Com relação à Odebrecht, que passa por um processo de recuperação judicial, a diretoria do Timão aguarda a Assembleia Geral de Credores, prevista para esta terça-feira, para dar novo passo nas negociações e definir qual o valor total devido pela Arena Itaquera, empresa vinculada à construtora. O valor atualizado da dívida e a obrigação que compete ao Corinthians são dúvidas, mas o presidente Andrés Sanchez garante que trata-se de uma pequena parte do montante – seriam menos de R$ 160 milhões, mas estes números, bem como o prazo para a quitação, ainda carecem de confirmação. No que se refere ao que à própria empreiteira tirou de seus cofres para erguer a obra, a entrega dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento deve facilitar um acordo que isente o Corinthians de responsabilidades adicionais. “Há ajuste que depende da decisão judicial no juízo. Para saber se haverá saldo remanescente. Se houver, teremos saúde financeira para quitar e ter a Arena resolvida”, completou Trubilhano.

O estádio, por vezes, não faturou o suficiente para cobrir sua dívida mensal. Agora, com os naming rights, essa conta fica positiva. Ou seja, haverá fluxo financeiro, o que facilita qualquer entendimento. A ideia de Sanchez é ter tudo negociado até 28 de novembro, quando ocorre eleição que apontará o novo presidente do Timão. (Globo Esporte)