Cruzeiro e Atlético-MG voltam a se enfrentar, após 400 dias, e vivendo momentos bem distintos. De um lado, a equipe celeste se reconstrói e busca uma base com as ideias de Felipe Conceição. Do outro, o time alvinegro, do recém-chegado Cuca, é recheado de estrelas e tem um leque vasto de opções. Até em função desses momentos, vivem viés de alta em setores distintos.
O Cruzeiro começa a se construir a partir da defesa, setor de destaque na Série B do ano passado. Apesar da péssima campanha, terminou a competição com o terceiro melhor desempenho, atrás apenas de Chapecoense e América, campeão e vice, respectivamente.
Apesar de Felipe Conceição ter chegado ao Cruzeiro com o discurso de buscar um jogo ofensivo – e de fato ele tem tentado –, a defesa é que segue como ponto alto do time neste início de Campeonato Mineiro. Foram três gols sofridos em oito rodadas, sendo que o setor passou ileso nos últimos três jogos: empate com o Tombense e vitórias sobre Boa Esporte (1 a 0) e Coimbra (2 a 0).
Fábio e Manoel são titulares absolutos do Cruzeiro — Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
A defesa também é, dentro das mudanças constantes que Conceição fez nas primeiras rodadas, aquela mais “fácil” de ser escalada na atual equipe. A única alternância, por opção técnica, tem sido na lateral esquerda, entre Matheus Pereira e Alan Ruschel. Ramon e Manoel somente ficaram fora por problemas médicos ou suspensão. Fábio e Raúl Cáceres disputaram todos os oito jogos da temporada.
O teste de fogo será contra um dos ataques mais poderosos do Brasil e também da América do Sul. O setor, que já tinha Keno, Vargas e Savarino em 2020, foi incrementado por Hulk. Além disso, os homens de frente ganharam a companhia de Nacho Fernández, não por acaso chamado de “cérebro” na Argentina.
O setor ofensivo tem funcionado muito bem, já que marcou 20 gols nas oito primeiras rodadas do Campeonato Mineiro. É, disparadamente, o melhor desempenho da competição e igualou o desempenho de toda a primeira fase do ano passado. Para se ter ideia da disparidade, o Uberlândia, segundo melhor ataque da competição, balançou as redes por 13 vezes.
Sasha, Vargas e Keno, do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG
Dos jogadores de frente, Nacho Fernández é quem mais participa diretamente dos gols: foram três bolas na rede e duas assistências. Dos gols marcados em jogos que atuou, só não participou diretamente de um. Ele já tinha saído de campo quando Arana marcou contra o América-MG.
Apesar de algumas mexidas no setor ofensivo, ao longo desses primeiros jogos da temporada, a tendência é de que Nacho municie Keno e Vargas no ataque. A dúvida fica exatamente sobre Hulk, já que Savarino tem entrado bem nos últimos jogos. (Globo Esporte)