Apesar de a Fórmula 1 ainda não ter divulgado nenhuma corrida nas Américas em 2020 em função da incerteza causada pela pandemia de coronavírus, o governador de SP, João Doria, confirmou a realização do GP do Brasil para este ano durante uma coletiva na manhã desta sexta-feira.

Ao lado do prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, Dorias afirmou que a intenção é cumprir o contrato vigente que a Liberty Media, dona dos direitos da categoria, possui com a cidade e o autódromo de Interlagos.

– Para este ano está confirmada a Fórmula 1, o prefeito pode mencionar neste sentido, e o autódromo preparado para receber a Fórmula 1, evidentemente dentro dos protocolos de saúde, e os organizadores já sabem. Nós temos um contrato Em relação a este ano, o contrato tem que ser cumprido. Temos que deixar isso claro, de parte a parte. A nossa posição é que o contrato será cumprido – afirma Doria.

A prova estava prevista para o dia 15 de novembro no calendário oficial de 2020. Contudo, com a crise sanitária mundial causada pela pandemia, a F1 teve de rever todo o calendário, que até agora tem 10 etapas confirmadas, mas nenhuma delas nas Américas.

Segundo o prefeito Bruno Covas, o governo municipal tem atualizado a organização da F1 a respeito dos dados da pandemia na cidade. A intenção é tranquilizar os representantes da categoria e mostrar que a corrida poderá ser realizada na capital.

– A gente está mostrando que os números da cidade não correspondem à realidade que a gente está vendo no Brasil como um todo, que são os números que acabam sendo divulgados no exterior e que deixaram a organização preocupada com a realização da prova neste ano. A gente espera que eles compreendam que aqui na cidade não há nenhum risco na realização da prova em novembro deste ano – explica Covas.

Equipes temem vir ao Brasil

Toto Wolff deu a entender ainda no GP da Áustria, na semana passada, que a realização dos GPs dos Estados Unidos e Brasil de Fórmula 1 em 2020 é improvável neste momento devido à pandemia de coronavírus. Os dois países com maior número de casos da doença ainda não foram confirmados no calendário e correm sério risco.

– Baseado em minhas conversas com Chase Carey (CEO da Fórmula 1), ele não quer fechar nenhuma porta, mas não parece que iremos para lá. Eles são muito diligentes e não iriam lá se fosse um risco para o nosso povo – disse Wolff à rede de TV inglesa BBC.

Toto Wolff é chefe da equipe Mercedes na Fórmula 1 — Foto: Getty Images

Toto Wolff é chefe da equipe Mercedes na Fórmula 1 — Foto: Getty Images

Outra etapa que corre risco é a do México, que no calendário original estava entre as provas de EUA e Brasil, no dia 1º de novembro. O país da América Central é o décimo com maior número de casos de Covid-19.

No entanto, após as declarações de Wolff, o promotor do Grande Prêmio do Brasil, o húngaro Tamas Rohonyi rebateu o chefe da equipe Mercedes. Para Rohonyi, ainda é muito cedo para projetar um cancelamento da corrida por faltarem quatro meses para a data original o evento.

– A evolução da pandemia em São Paulo não é diferente do que ocorre na Inglaterra ou na Itália e pelas projeções certamente diminuirá até novembro. A organização do GP do Brasil acompanha a situação e mantém a comissão médica da FIA atualizada. As decisões saem de lá, e não de dirigentes de equipes – disse Rohonyi ao jornal “Estado de S. Paulo”.  (Globo Esporte)