Confesso-lhes que eu não aguentava mais a insistência de um amigo para que eu adquirisse um aparelho que me propunha oferecer milhares de filmes para assistir, já que ele sabia que eu gosto muito de filmes, principalmente de rever aqueles épicos da minha juventude.
Não acreditando muito no tal do aparelho, me rendi às suas insistências e com um olho no peixe e outro no gato, resolvi compra-lo.
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Com a ajuda do amigo, pude instala-lo, pois sozinho seria impossível devido minha ignorância na área.
Ao seu lado, e atento nas explicações que ele me dava, disse à ele que eu queria ver se o tal do aparelho me oferecia milhares de filmes como ele me prometeu. Recebi a resposta que sim.
Ele me ensinou a procurar os filmes. Fui para a página de pesquisa e digitei: ”Candelabro Italiano”.
Eis que atento à ampulheta que girava sem parar, me aparece o rosto da belíssima Suzanne Pleshett e do galã americano seu parceiro no filme, Troy Donahue.
Fiquei surpreso. A primeira palavra minha foi: inacreditável.
Coloquei para rodar o filme. Parece que a medida que se desenrolava, a biblioteca do meu cérebro começava a retirar das “prateleiras” dele cenas que nunca consegui esquecer, como o passeio de lambreta dos dois, em uma noite belíssima, pelas ruas de Roma e do Vaticano.
A passagem deles jantando em uma cantina italiana tendo ao fundo um palco ocupado por Emilio Perícoli cantando Al Di Lá, aí sim, a emoção tomou conta de mim. Não conhece esta canção? Experimente ouvi-la. Feche os olhos e vá para o paraíso, a canção te leva.
Não só por estar assistindo e ouvindo a canção que mais marcou minha juventude, mas por chegar à conclusão que o implacável tempo me atingiu. Atingiu-me quando lembrei o que podia eu fazer ao assistir este filme pela primeira vez e que hoje não posso mais.
Atingiu-me ao ver que o diretor deste filme conseguiu colocar nele a ingenuidade, a solidariedade, a religiosidade e a importância do amor, sem exploração do corpo humano, diferentemente de alguns diretores de hoje que só sabem passar estes temas ao telespectador, com uma vulgar exploração do corpo, tanto da mulher como do homem.
Depois vou falar de outro que você sessentão, com absoluta certeza concordara comigo, pois nós vivemos uma época de um verdadeiro amor!
O outro será “Suplicio de uma saudade” com Jenifer Jonnes e Wiliam Holden. Tá bom?
*EDUARDO GARGAGLIONE PÓVOAS é odontólogo em Cuiabá.
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