António Oliveira não é mais o técnico do Athletico. O treinador colocou o cargo à disposição após a eliminação para o FC Cascavel, nas semifinais do Campeonato Paranaense, e o pedido foi aceito na manhã desta quinta-feira pela diretoria do Furacão. O elenco foi chamado para uma reunião no CT do Caju, onde foi comunicada a saída do treinador.
Oscilando na temporada, o Athletico não vence há seis jogos no Campeonato Brasileiro e ocupa a nona posição na competição. O time está também nas quartas de final da Copa do Brasil (encara o Santos, com vantagem pela vitória no jogo de ida) e nas semifinais da Copa Sul-Americana (pega o Peñarol).
O técnico português deixa o Furacão com 21 vitórias, sete empates e 12 derrotas em 40 jogos (58% de aproveitamento). António Oliveira comandou o time de aspirantes em um jogo, com derrota para o Cianorte. Como o clube não encontrava um técnico, o português acabou promovido.
Agora são duas possibilidades: Paulo Autuori voltar a exercer as funções de diretor e treinador, com o apoio de Bruno Lazaroni e Bernardo Franco; ou buscar no mercado uma opção, o que é mais difícil no momento.
Entre as possíveis opções, Roger Machado não dirige mais de um time por temporada e nessa já comandou o Fluminense. Já Rogério Ceni, que já foi procurado pelo clube em 2020, tem um bom relacionamento com Paulo Autuori. Um nome que aparece naturalmente é o de Fernando Diniz, que recentemente deixou o Santos e agora está na mira do Vasco.
A demissão
António Oliveira não concedeu entrevista coletiva logo depois da derrota de virada para o FC Cascavel, por decisão da diretoria. Vale destacar que o time adversário tinha apenas 14 jogadores à disposição para a partida de volta das semifinais do Paranaense, por conta de lesões, suspensos, surto de Covid-19 e atletas emprestados
Em Curitiba, o presidente Mario Celso Petraglia se comunicava por telefone com os dirigentes em Cascavel, Márcio Lara e Paulo Autuori.
O treinador também pediu para conversar com o gerente executivo de futebol, William Thomas, e ficou decidido que António Oliveira não daria a entrevista coletiva até que o clube decidisse seu futuro.
Segundo informações apuradas pela reportagem, diversas vezes António estava incomodado também. Ele chegou a falar com a diretoria sobre a necessidade de reforços, sobre a saída de Vitinho, e o planejamento para as quatro competições. Até então tinha encontrado em Autuori e William Thomas o apoio para seguir trabalhando.
A permanência do treinador não era unanimidade e após muita conversa durante a noite, entre a diretoria, no CT do Caju foi identificado pelo clube um desgaste do português no comando da equipe e na reapresentação do time nesta quinta-feira, Antonio Oliveira foi demitido.
O tetracampeonato inédito do Estadual não era uma prioridade dentro do clube. Os principais objetivos são claros: a Sul-Americana e a Copa do Brasil. Terminar o Brasileirão pelo menos no G-6 também está nos planos.
Vale lembrar que nos últimos meses, o Athletico perdeu o atacante Matheus Babi, por lesão e negociou o artilheiro do time na temporada, Vitinho, com o Dínamo de Kiev. Disputando três competições o Athletico viveu uma maratona de jogos com Brasileirão, Copa do Brasil e Sulamericana e na última semana voltou a jogar ainda pelo Paranaense.
António Oliveira chegou ao Athletico em 2020
Antonio Oliveira chegou ao Athletico no ano passado após convite do gerente executivo William Thomas, que tinha trabalho com o profissional no Santos. O português trabalhou na comissão técnica de Paulo Autuori e fazia parte do plano do clube de ter uma escola de treinadores. Na época, Autuori dividia as funções de treinador e diretor de futebol.
Antes de anunciar que António Oliveira seria o treinador do Athletico para 2021, o clube chegou a negociar com Roger Machado, que depois acertou com o Fluminense, e sondou a situação de Tiago Nunes. Só depois disso, o clube resolveu investir em uma solução caseira: uma comissão técnica integrada com António Oliveira, Bruno Lazaroni, Bernardo Franco, todos sob a tutela de Paulo Autuori.
Veja a nota do treinador sobre a saída:
Hoje encerro minha passagem pelo Club Athletico Paranaense por decisão minha, há muito amadurecida e por diversas razões avaliadas de forma consciente e profissional. Foi uma experiência profissional de grande valia, onde conheci pessoas fantásticas e aprendi como me superar, mostrando que é possível pensar grande, mesmo com todas as dificuldades existentes. Houve a lembrança do meu nome por vários clubes, mas resolvi ficar pelo projeto. Faço questão de dar os parabéns a esta equipa pelo enorme esforço e dedicação. Mas como sempre disse, jogadores não são máquinas e tudo tem limites. Saio de consciência tranquila e agradeço o apoio de todos que, junto comigo, saímos de uma zona de queda no ano passado para a fase final de duas das copas, simultaneamente, fato inédito na história do CAP. (Globo Esporte)