A perda de um parlamentar no exercício do mandato ou diplomado já ocorrerou em três oportunidades,  em Mato Grosso, desde 1979, antes do passamento do deputado estadual  Sílvio Antônio Fávero (PSL), neste sábado (13). A primeira legislatura pós divisão de Mato Grosso se iniciou em fevereiro de 1979, com deputados eleitos em 15 de novembro de 1978.

 

Mato Grosso do Sul, então criado pela Lei Complementar  31, de 11 de outubro de 1977, também tinha acabado de empossar sua Assembleia Legislativa.

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Deputado Augusto Mário Vieira

O primeiro a perder a vida no exercício do mandato foi o deputado estadual Augusto Mário Vieira (PMDB), vítima de infarto fulminante, dias antes da posse, em 1987.  Em seu lugar, assumiu o deputado estadual Moacir Gonçalves, com base eleitoral em Rondonópolis.

 

Estava definido que Augusto Mário seria líder do governo Carlos Bezerra, no Poder Legislativo, a partir da posse. E, como jurista conceituado em Mato Grosso, estava certo para ser tornar subrelator da Assembleia Constituinte do Estado, responsável pela elaboração da nova Constituição de Mato Grosso, promulgada em outubro de 1989.

O relator geral foi o deputado estadual Luiz Soares (PMDB), depois, um dos fundadores do PSDB.  O presidente da Assembleia era o deputado Roberto França (PTB), que depois foi deputado federal e duas vezes prefeito de Cuiabá.

Deputado Jorge Abreu

O segundo a perder a vida no exercício do mandato foi o detuado estadual Jorge Abreu (PMN), em agosto de 1998, durante sua campanha à reeleição. Ele fazia pate da Mesa Diretora,  então segundo secretário da Assembleia.

 

Jorge Antônio Abreu foi um dos principais incentivadores para o presidente Gilmar Fabris (PFL) e o primeiro secetário José Geraldo Riva (PMN), para a construção do Edifício Dante Martins de Oliveira, atual sede da Assembleia, no Centro Político e Administrativo (CPA).

Até então, o Poder Legislativo era abrigado pelo Palácio Filinto Müller, que atualmente sedia a Câmara de Cuiabá (rebatizado com o nome de Palácio Pascoal Moreira Cabral).

 

Ele tinha sido vereador por dois mandatos, em Sinop. No dia do sinistro, o seu avião monomotor decolou do aeroporto de Jauru, na região Oeste de Mato Grosso, mas caiu em menos de quatro minutos. Ele estava acompanhado do presidente regional do PMN, advogado Ronald Borges, que também morreu na hora, no acidente.

 

A Câmara de Sinop batizou o Plenário das Deliberações com o nome de Deputado Jorge Abreu. Sua viúva Sineia Abreu foi vice-prefeita de Sinop e vereadora.

 

Já o terceiro parlamentar de Mato Grosso a falecer no exercício do mandato foi o deputado estadual Walter Machado Rabello Júnior  (PSD), em 9 de dezembro de 2014, vítima de infarto. Ele tinha conquistado o terceiro mandato como deputado estadual, em outubro daquela ano.

 

Jornalista, radialista e apresentador de televisão, Walter Rabello conqusitou popularidade com programa popular na TV Brasil Oeste e no SBT, com ênfase para reportagens policiais e notícias de miséria humana. Em seu programa, fazia doações de cestas básicas, brinquedos, caixões e ajudava em construção de casas na periferia de Cuiabá.

Também se aventurou como cantor e compositor, ao lado do músico Odair Júnior. Em 2004, se tornou o vereador mais votado da história de Cuiabá, com 8.683 sufrágios (3,12%), até hoje nunca superado, passados cinco pleitos.

Em  outubro de 2020, por exemplo, o verador Diego Guimarães (Cidadania) foi mais votado de Cuiabá e obteve  4.179 votos (1,55%) – menos de metade do total conquistado por Rabello Júnior há quase duas décadas.

 

Depois, em 2006, Walter Rabello conquistou 70.646 votos, gatando menos de R$ 60 mil declarados,  para deputado estadual. Cada voto custou menos de R$ 0,90. Em 2009, acabou cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a pedido do PMDB,  por infidelide partidária – tinha migrado para o PP.

Até hoje Rabello Júnior é o único cassado por infidelidade partidária, no Brasil, por determinação da Jusiça Eleitoral.

Walter Rabello foi reeleito em 2010 e em 2014, para o terceiro mandato de deputado. Mas não chegou a tomar posse, já que o período legislativo se iniciaria em 1 de fevereiro  de 2015.  A sua vaga foi ocupada pelo deputado estadual Gilmar Fabris (DEM), ex-presidente e que se tornou vice-presidente da Assembleia.

Enterro de Fávero

 

Sílvio Antônio Fávero  é o quarto deputado estadual mato-grossenses morto,  no  exercício do mandato ou já diplomado. Ele era paranaense de Umuarama, casado, advogado, produtro rural  e tinha 54 anos.  Foi vice-prefeito de Lucas do Rio Verde, onde fixava residência.

Por decisão da família, o seu corpo será sepultado neste domingo (14),  em Lucas do Rio Verde. Deixou a viúva Kátia Bedin Fávero e três filhos.