O grupo Anonymous, conhecido mundialmente por invasões a sistemas eletrônicos, hackeou dados pessoais da diretora do Colégio Notre Dame de Lourdes, localizado em Cuiabá, Marluce C. de Almeida da Silva e do comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), coronel Juliano Chiroli.
Em um manifesto, o grupo cita o sobrevoo de um helicóptero do Ciopaer, no dia 02 de setembro, com uma bandeira do Brasil hasteada sobre o colégio um dia após a suspensão de uma professora por críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
O grupo cita o discurso da escola sem partido e afirma que a política “é algo inerente à nossa existência”. O grupo afirmou que o sobrevoo foi uma tentativa de intimidar a professora.
“Fica nítida a tentativa de sufocar os ideais defendidos pela professora em questão, de tal modo que, tendo a diretora tomado essa atitude, acaba trazendo o sistema da politização partidária (em específico, a extrema-direita), para órgãos de educação”, diz trecho do documento divulgado.
Dentre os dados divulgados da diretora estão CPF, RG, CNH, telefones, informações sobre salário, endereços e lugares onde já trabalhou anteriormente. O grupo também divulgou os mesmos dados do coronel do Ciopaer, incluindo dados sobre suas armas e também de seus parentes, incluindo pais, cunhada, sobrinhos, filhos e sogros.
O grupo questiona como a diretora do Colégio Notre Dame conseguiu o voo com recursos públicos e diz que a ação teve um caráter de repressão política.
“Ora, ao realizar uma ação como essa, a diretora, na verdade, utiliza meio de caráter nitidamente repressor para fazer valer sua vontade sobre a dos demais. É só mais uma demonstração que serve para enaltecer o próprio ego em um contexto político em que todos se sentem à vontade para reprimir, oprimir e fazer confundir liberdade de expressão com discursos e atitudes de ódio”, afirmaram.
O Ciopaer e o Colégio Notre Dame afirmam que o sobrevoo não teve conotação política e que o voo ocorreu em comemoração ao feriado nacional da Independência do Brasil, que ocorreu na última terça-feira, 7 de setembro.
A Justiça Militar, o Ministério Público Estadual (MPMT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmaram que irão acompanhar o caso.