Presidente do Corinthians, Andrés Sanchez disse, em esclarecimento aos conselheiros do clube, que tentará um novo acordo com a Caixa. O banco estatal cobra pelo financiamento da Arena, em Itaquera.

A reunião extraordinária do Conselho Deliberativo aconteceu na noite desta segunda-feira, no Parque São Jorge. Nela, Andrés disse que vai iniciar os trâmites para tentar resolver de vez o imbróglio judicial com o banco estatal. Ainda não há nada formalizado.

Há um encontro entre representantes do clube e do Caixa previsto para terça-feira, em Brasília. O mandatário não deve estar presente. Recentemente, o presidente disse que só existiria um acordo “do jeito que o Corinthians quer”.

A Caixa emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. Pelas contas do Corinthians, já foram pagos R$ 170 milhões. Com juros e correções, ainda segundo o clube, o valor atual da dívida é de R$ 487 milhões. Já a Caixa pede no processo de execução, com multa, R$ 536 milhões.

De acordo com documentos apresentados pela Caixa à Justiça, o clube deve seis parcelas deste ano do pagamento mensal que fazia ao banco estatal. Apenas duas parcelas foram pagas (janeiro e fevereiro). O caso está na 24ª Vara Federal Cível de São Paulo.

No encontro, Andrés, porém, ratificou mais uma vez que está em débito apenas nos meses de junho e julho deste ano. Segundo ele, a diferença é porque a caixa não conta um acordo verbal que existiria entre as partes. Neste combinado, o clube pagaria parcelas mensais de R$ 5,7 milhões, de março a outubro, e R$ 2,5 milhões entre novembro e fevereiro. A Caixa, porém, considera apenas o que está em contrato.

A reunião com conselheiros foi marcada no meio de setembro, após a Caixa cobrar do clube uma multa de R$ 48,7 milhões pelo atraso nas parcelas. Presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Goulart disse que via tudo “caminhando bem”. Em contato com a reporagem, Andrés não quis falar sobre o tema

– Coisas internas – limitou-se a escrever.

Odebrecht

Andrés também falou sobre a dívida com a Odebrecht. O dirigente se desculpou por ter “se expressado mal” ao falar que havia quitado todas as dívidas com a empreiteira. Em 14 de novembro, o GloboEsporte.com mostrou que não era bem assim.

O Timão costurou um acordo em que pagará no máximo R$ 160 milhões para a Odebrecht. A redução da dívida foi possível graças ao repasse dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) à construtora e o abatimento dos valores de obras não realizadas.

Durante o encontro, Andrés disse estar otimista de que o clube poderá pagar ainda menos à Odebrecht. Porém, ainda não é possível cravar qual será de fato o valor. (Globo Esporte)