Depois de perder para o Juventude na última rodada no campo alagado do Alfredo Jaconi, o fundamental para o Flamengo era vencer o Cuiabá, na Arena Pantanal, e se recuperar. Missão cumprida. Há o que comemorar no 2 a 0, mas também muito a melhorar, principalmente a oscilação do time de um tempo para outro. A análise é do jornalista Fred Huber, para o Globo Esporte.
A pressão na marcação da saída de bola do Cuiabá rendeu frutos já no início da partida. Vitinho roubou a bola e tocou para Bruno Henrique, que deu de primeira para Gomes. O volante mostrou tranquilidade dentro da área e deixou na boa para Pedro marcar o gol.
Gomes, inclusive, foi um dos destaques do time na primeira etapa, com bons passes e produtividade na armação das jogadas. Sua saída no início do segundo tempo, justificada por Ceni por desgaste, contribuiu para o Flamengo passar a ter mais dificuldades de controlar o meio de campo.
Apesar de não ter criado muitas chances claras, o Cuiabá melhorou com as mudanças feitas, aumentou sua posse de bola e incomodou mais. O Flamengo diminuiu o ritmo, Michael foi um dos que teve queda de produção, e as alterações de Ceni não foram capazes de renovar o gás do time.
Na hora de fazer as alterações é que o cobertor curto de Ceni deixa mais evidente o prejuízo de não poder contar com os quatro titulares que estão na Copa América. Quem antes era arma para o segundo tempo, virou titular.
Hugo Moura e Max não entraram bem. Já Thiago Maia e Muniz foram os responsáveis por dar a tranquilidade no fim.
– A intensidade cai. Não sei se é bom ou ruim terminar o jogo com seis garotos da base, que são jovens, verdes e não têm tanta experiência. A bola bate e volta, o time cansa mais – disse Ceni.
O Flamengo teve como ponto positivo na partida a boa participação da linha defensiva, em que todos os jogadores atuaram bem. Nos últimos nove jogos, o time não foi vazado em seis.
O fator Thiago Maia
O volante merece um capítulo à parte no Cuiabá 0 x 2 Flamengo. O entorse no joelho de Diego fez o treinador colocar Thiago Maia logo aos 10 minutos do segundo tempo. Em seu primeiro jogo após sete meses após a cirurgia, contra o Juventude, ele tinha atuado apenas 18 minutos.
Thiago Maia, autor de um dos dos na vitória do Flamengo sobre o Cuiabá — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
No tempo em que ficou em campo na Arena Pantanal, Thiago Maia não foi brilhante, mas o gol marcado já nos acréscimos após passe de Muniz foi um símbolo importante para seu renascimento no Flamengo. E no momento em que o time precisará muito dele.
Com a saída de Gerson, a camisa 8 já mudou de dono. E Thiago Maia terá agora que provar que é realmente o candidato mais forte para tentar suprir a ausência quando estiver fisicamente pronto para a difícil missão.
Com o terceiro melhora aproveitamento do Brasileiro (junto com Palmeiras), o Flamengo vai cumprindo sua missão neste período sem alguns dos principais jogadores. Os próximos jogos, contra Fluminense e Atlético-MG, serão oportunidades para confirmar a força do elenco. (Fred Huber/Globo Esporte)