Com o empate em 0 a 0 diante do Cuiabá, em partida disputada na noite do último domingo, na Arena Fonte Nova, o Bahia completou três jogos sem vencer. Uma sequência delicada para quem luta contra o rebaixamento na Série A – o Tricolor é o 17º colocado, com 37 pontos, dois a menos que o Juventude, primeiro time fora do Z-4. A análise é de Rafael Santana para o Globo Esporte. Confira:
A atuação preocupa mais que o resultado. Assim como aconteceu contra o Sport, o Bahia jogou mal. A diferença, desta vez, é que a equipe transpirou em campo e entregou grande disposição.
Não é novidade para ninguém que as equipes de Guto Ferreira apostam na sinergia com a torcida para empurrar os adversários para trás e fazer o dever de casa. Isso, outra vez, existiu. O que não existiu foi o bom futebol apresentado na vitória diante do São Paulo, por exemplo.
Apesar de ter levado sustos até incomuns para o Bahia padrão Guto, a defesa deixou o campo sem ser vazada mais uma vez. O problema, agora, está em outro lugar: no setor ofensivo. O Bahia carece de criatividade, porque as opções no elenco são limitadas.
Rodallega em ação na partida entre Bahia e Cuiabá — Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia
Pouca inspiração e muitos riscos
O Bahia iniciou o jogo pressionando, como era esperado. Apoiado pela torcida, empurrou o Cuiabá para trás, mas sem a criatividade necessária para encontrar os espaços na defesa adversária, sempre bem organizada.
Com atuações individuais fracas de nomes como Daniel, Juninho Capixaba e Raí, o setor ofensivo não funcionou. Substituto de Gilberto, suspenso, Rodallega não encontrou companhia para levar perigo.
Quando abaixou a intensidade, o Bahia começou a dar espaços ao Cuiabá, que atacava, sobretudo, pelo lado direito de ataque.
No fim das contas, a equipe visitante foi mais contundente e levou mais perigo, tanto que marcou duas vezes, ambas anuladas pela arbitragem.
Empate amargo frustra tricolores na Fonte
Apesar da expectativa por mudanças após um primeiro tempo ruim, o técnico Guto Ferreira apostou na manutenção do mesmo time. De fato, ele conseguiu corrigir o posicionamento no intervalo, de modo que o Bahia parou de sofrer com os contra-ataques do Cuiabá.
No entanto, a equipe seguia pecando ofensivamente. Não à toa, com 11 minutos de jogo, ele trocou Raí Nascimento por Rossi, para a explosão da torcida nas arquibancadas.
Identificado com o torcedor, Rossi tentou mudar o rumo do jogo inflamando a galera para jogar junto com o time. Uma parte funcionou: os tricolores transformaram a Fonte Nova em um caldeirão. Em campo, a resposta não veio.
Hugo Rodallega ainda conseguiu cabecear uma bola na trave, mas o o destino do Bahia foi selado com um empate frustrante diante do torcedor. (GE)