É apenas o início do trabalho, com boas atuações e vitórias, mas Crespo chegou ao São Paulo com uma alteração que Fernando Diniz não teve peito de fazer: tirar Daniel Alves do meio de campo.
Como volante/armador, Daniel é um jogador normalíssimo e até inferior a muitos outros da posição. Na ala ou na lateral direita, onde ganhou dezenas de títulos, continua sendo um dos melhores do mundo.
Ao voltar para sua posição de origem, mostra que continua sendo diferente: cria jogadas, tem um ótimo domínio, cruza e bate muito bem na bola. Faz o que muitos jovens laterais não conseguem porque, jogando por ali, é um dos melhores da história do futebol brasileiro.
Só com essa mudança, Crespo fez o time mudar de postura. Ainda é muito cedo para confiar totalmente na equipe. Os últimos anos do São Paulo, principalmente a perda do título brasileiro de 2020 depois de abrir sete pontos de vantagem, foram difíceis.
A chegada de Miranda, Eder e sobretudo Benítez deram ao São Paulo o que faltou na maioria dos anos anteriores: uma defesa mais sólida, um jogador com criatividade no meio e ótima técnica e um atacante rodado que atuou pela seleção italiana. Eles dão mais experiência ao time.
Crespo foi um atacante de ponta. Não joguei contra ele. Voltei ao Brasil em 1993, ele chegou ao Parma em 1996. Comentei diversos jogos da Argentina com ele no ataque. Os zagueiros que o marcaram sabem muito bem como era difícil.
Torço por ele e para que o ano do Tricolor seja de conquistas. Ficar tanto tempo sem títulos (desde 2012) não combina com a história do clube.
No domingo, o São Paulo enfrenta o Corinthians sendo muito melhor, favorito para vencer pela primeira vez em Itaquera. Mas sabe como é, né? Como diria o filósofo, “clássico é clássico. E vice e versa”. (Globo Esporte)