Mineiro de Bambuí, 84 anos, engenheiro agrônomo  formado pela Universidade Federal de Lavras – MG, onde foi professor e diretor. É talvez o brasileiro que mais influenciou a consolidação da agricultura tropical, a inserção do cerrado no processo produtivo e o uso da ciência direcionada ao agro.

 

Sua candidatura para o Prêmio Nobel da Paz 2021 foi lançada pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e a indicação foi protocolada junto ao Conselho Norueguês do Nobel pelo diretor da Escola Superior de Agricultura, Luíz de Queiroz (ESALQ), de Piracicaba – SP.

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Assumiu a Secretaria da Agricultura de MG de 1971 a 1974. Em função do seu bom desempenho foi convidado por Ernesto Geisel para assumir a pasta do Ministério da Agricultura onde permaneceu de 1974 a 1979. Geisel o qualificou como o melhor de seus ministros.

 

Elegeu-se deputado federal por MG, sempre atuando a favor do agro. Foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

 

Ainda continua na ativa. É secretário executivo da Abramilho e presidente do Instituto Fórum do Futuro, que atua em prol do desenvolvimento sustentável da produção de alimentos e da bioenergia.

 

Alysson Paolinelli reestruturou a EMBRAPA estabelecendo unidades de pesquisa em todas as regiões do Brasil. Incentivou o envio de quase 2.000 agrônomos e zootecnistas para fazer cursos de pós graduação no exterior. Esses técnicos formaram a “inteligência rural brasileira” e passaram a comandar as instituições do agro nacional.

 

Socialmente essa revolução tecnológica, com Paolinelli no comando, representou muito para a população brasileira. A cesta básica que consumia boa parte do salário do trabalhador foi reduzida a menos da metade do valor anterior. Alysson conseguiu driblar a armadilha malthusiana.

 

Essa revolução verde tropical com essa intensidade e rapidez foi inédita no mundo inteiro e provou que a produção de alimentos não era exclusividade dos países do hemisfério norte.

 

Em 2006 ganhou o Prêmio Mundial de Alimentos, uma espécie de Nobel da alimentação.

 

Embora tenha contribuído para o avanço tecnológico da agricultura em todo Brasil, o grande feito de Alysson foi a transformação do estéril cerrado numa das mais produtivas terras do planeta.

 

Paralelamente aos ganhos de tecnologia, Paolinelli criou o Polocentro, programa instituído para financiar as atividades produtivas do cerrado, com crédito barato, farto e desburocratizado, medida extremamente importante para o sucesso do desenvolvimento tecnológico da nossa savana.

 

Sem dúvida é o pai da agricultura científica, hoje nossa grande locomotiva.

 

Esse sucesso brasileiro acabou beneficiando países da faixa tropical da América do Sul, América Central e a maioria dos países africanos que aumentaram suas produtividades agrícolas, promovendo um grande benefício social.

 

Sua indicação ao Nobel não foi por um trabalho específico, mas sim por uma vida dedicada à implementação da ciência ao agro.

 

O conjunto das ações que contribuíram para essa revolução agrícola, é que moldaram as causas que resultaram na sua indicação.

 

Se for aprovada, será o primeiro brasileiro a ser agraciado com o Nobel.

 

A grande família do agro brasileiro e o Brasil estão torcendo pela confirmação da concessão do prêmio a Alysson Paolinelli, que sem dúvida foi o protagonista desta revolução agropecuária ocorrida no Brasil nas últimas cinco décadas.

 *ARNO SCHNEIDER é engenheiro agrônomo e pecuarista em Mato  Grosso

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