Derrotados na disputa entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), os partidos de oposição acabaram sem nenhuma das 14 comissões do Senado.
A instalação ocorreu nesta quarta-feira (8), após acordo entre os partidos que apoiaram Pacheco ou entregaram a maioria dos votos: PSD, MDB, PT, União Brasil, PDT, PSB e Podemos.
Mesmo com a segunda maior bancada da Casa, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do filho mais velho dele, senador Flávio Bolsonaro (RJ), não conseguiu a presidência de nenhuma das comissões.
O mesmo aconteceu com o PP e o Republicanos, partidos que apoiaram Marinho nas eleições ocorridas em 1º de fevereiro. Juntos, PL, PP e Republicanos abrigam oito ex-integrantes do governo Bolsonaro, além de Flávio.
Senadores dos dois blocos governistas afirmam que o grupo de Marinho fez uma campanha desleal contra Pacheco e assumiu o risco de ficar sem a presidência das comissões permanentes quando levou a candidatura adiante.
Durante a disputa, aliados do ex-ministro lotaram a caixa de e-mail dos senadores, ligaram para os gabinetes, mandaram mensagens e comentaram em publicações na Internet associando Pacheco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Parlamentares aliados a Pacheco dizem ainda que uma única comissão nas mãos da oposição é capaz de gerar desgastes para o governo -e que os ministros de Lula já devem enfrentar obstáculos na Câmara dos Deputados.
Alvo de reclamação dos colegas, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Senado, continuou na presidência da Comissão de Constituição e Justiça -a mais importante do Senado- por mais dois anos.
O também ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) venceu o embate contra a bancada do PT e foi indicado para a presidência da Comissão de Relações Exteriores -que era cobiçada pelo petista Humberto Costa (PT-PE). Já o nome de Vanderlan Cardoso (PSD-GO) foi confirmado para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, considerada a segunda mais relevante -um dos primeiros atos da comissão deve ser convidar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.