O consumo de bebidas alcoólicas é uma prática comum, que normalmente pensamos ser um hábito que não gera dependência e que ela não é considerada como uma droga.

O seu uso e comercialização são permitidos pelo ordenamento jurídico, entretanto, os profissionais de saúde preocupam-se com o consumo excessivo desse tipo de substância, que acarretam diversos prejuízos a saúde dos indivíduos.

O alcoolismo é uma doença onde o indivíduo consome de forma excessiva, constante e descontroladamente bebidas alcoólicas, sendo então considerada uma dependência.

A dependência do álcool acaba comprometendo gravemente o funcionamento do organismo, como também pode gerar prejuízos irreversíveis na saúde da pessoa.

 

O que é o alcoolismo?

O alcoolismo é considerado um dos problemas mais alarmantes de saúde pública, entretanto, muitas pessoas não relacionam o consumo de bebidas alcoólicas a uma doença.

Pelo fato de ser uma substância lícita, ou seja, ter seu consumo permitido e liberado, acaba assim por facilitar tanto seu hábito como também uma posterior dependência.

O alcoolismo é definido como uma doença, pela Organização Mundial da Saúde, pois é um tipo de dependência do álcool.

Esta doença é desenvolvida após o uso excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, gerando assim consequências na vida pessoal, familiar, profissional e social da pessoa.

Os alcoolistas apresentam compulsão por bebidas alcoólicas e geralmente possuem dificuldade em parar de beber uma vez que tenham começado e terminam muitas vezes desenvolvendo a tolerância, onde apresentam a necessidade de consumir doses cada vez maiores.

Mesmo que a saúde seja a área mais prejudicada, o consumo excessivo de álcool acaba afetando de forma negativa também as relações afetivas e os papéis sociais que os indivíduos possuem enquanto membro da sociedade.

Índices do alcoolismo no Brasil

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil supera o índice mundial em consumo de álcool.

Entre os 194 países avaliados, o índice médio mundial para pessoas acima de 15 anos é de 6,4 litros por ano, enquanto o Brasil soma seus 8 litros por pessoa.

O uso compulsivo do álcool se enquadra em questões de saúde pública no país, uma vez que o excesso mantém relação causal com mais de 200 tipos de doenças e lesões, podendo causar também problemas mentais e comportamentais.

 

Como se tem início a dependência do álcool?

A dependência do álcool tem início quando o indivíduo não consegue interromper o seu consumo e caso interrompa, ele começa a apresentar sintomas desagradáveis que cessam ao voltar a beber, a este processo chama-se de abstinência.

A dependência do álcool gera a abstinência, que se constitui como sendo uma diversidade de sintomas que o indivíduo começa a apresentar devido a interrupção do consumo da substância.

Todas as pessoas dependentes do álcool, possuem sintomas de abstinência, os mais comuns são: depressão, ansiedade, irritabilidade, fadiga, dor de cabeça, agitação e tremores.

Os sintomas variam de intensidade, pois dependem da quantidade consumida ao longo do tempo, como também de outros fatores como a idade e predisposição genética.

Além disso, eles podem ser de grau moderado a greve, com alto risco de morte, entretanto, antes da dependência alcoólica, acontece a tolerância, que ocorre quando a pessoa precisa ingerir doses cada vez mais altas da substância para produzir os mesmos resultados que conseguia com doses menores.

A dependência do álcool, acarreta prejuízos tanto na vida do indivíduo como também na de seus familiares e amigos.

Vale ressaltar também, que esse processo possui tratamento e pode ser controlado.

 

O alcoolismo pode ser genético?

Primeiramente vale ressaltar que a hereditariedade genética pode explicar de forma parcial a predisposição das pessoas a dependência do álcool, mas, esses aspectos ainda não são concretos o suficiente para comprovar completamente a hereditariedade da doença.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que filhos de alcoólatras possuem maior resistência ao álcool, enquanto filhos de não alcoólatras tendem a se embriagar mais rapidamente, ou seja, pessoas que convivem socialmente com alcoolistas, podem ser consideradas um potencial ao alcoolismo.

Os componentes hereditários para o comportamento do consumo de álcool, como também o abuso e a dependência do mesmo, são um assunto complexo e desta forma, a base genética relacionada a ele ainda é pouco conhecida.

Quais os principais danos causados pelo álcool?

Os danos causados pelo consumo do álcool dependem da quantidade que foi ingerida, frequência e tempo de uso.

O álcool acarreta alterações no organismo do indivíduo gerando prejuízos no âmbito físico e mental.

Portanto, existem diversos tipos de doenças associadas ao consumo dessa substância.

As principais doenças são:

  • Câncer
  • Doenças cardiovasculares
  • Doenças respiratórias
  • Transtornos Gastroenterológicos
  • Transtornos Musculoesqueléticos
  • Transtornos Endócrinos
  • Transtornos Metabólicas
  • Transtornos Hematológicos
  • Transtornos nos Sistemas Nervoso Central e Periférico

Além das doenças de caráter físico, o consumo prolongado também pode gerar consequências psicológicas caracterizadas pelos transtornos psiquiátricos.

Dessa forma, os mais comuns são:

  • Alucinose Alcoólica
  • Transtorno Psicótico Delirante
  • Intoxicação Patológica
  • Episódios de amnésia
  • Depressão
  • Hipomania
  • Ansiedade
  • Transtornos de personalidade
  • Transtornos alimentares

O alcoolismo também está associado a complicações sociais, violência no trânsito, doméstica, abandono escolar e de emprego, são alguns exemplos de que o consumo exacerbado de álcool pode distanciar as pessoas, uma vez que afeta diretamente a vida do usuário em sociedade.

Sinais de alerta quanto ao abuso de álcool

O consumo do álcool é considerado por muitos uma prática cultural outros entendem que é uma forma de lazer social, no entanto o uso intenso e extenso da substância, pode vir a gerar dependência.

A maioria das pessoas que possuem problemas com o álcool tendem a negar seu vício e não aceitar qualquer tipo de ajuda, existem alguns sinais de alerta possíveis de serem verificados.

Como por exemplo:

  • Beber por mais tempo do que o inicialmente pretendido.
  • O forte desejo ou impulso pelo álcool, mesmo tendo a consciência que isso acarretará diversos prejuízos.
  • O álcool passou a ocupar de forma significativa um lugar importante na vida da pessoa em questão.
  • O indivíduo mostra evidências de tolerância ao álcool e precisa de quantidades crescentes da bebida para alcançar a embriaguez.
  • Quando se notam sintomas físicos de abstinência: ansiedade, tremores, insônia, suores, náuseas, vômitos, agitação psicomotora, dentre outros.
  • Problemas na vida do indivíduo associados ao uso de bebidas alcoólicas.

Tratamento do alcoolismo

O tipo de tratamento do alcoolismo, depende do grau de dependência do indivíduo e podem ser realizados em hospitais e clínicas especializadas em dependência.

Nesses ambientes, o dependente irá dispor de uma forma de tratamento humanizada e individualizada, além disso, o apoio da família é fundamental para a recuperação do paciente, sendo um suporte a mais para ele.

Os tipos de tratamento incluem a desintoxicação que é um processo onde se é retirado a substância da pessoa com segurança, a utilização de medicações e aconselhamento, para que o indivíduo identifique as situações e sentimentos relacionados a necessidade de beber, construindo assim, novas maneiras de enfrentar essas situações, Terapia Racional Emotiva (TER) e os 12 passos.

Existem variados tipos de programas e profissionais especializados para tratar os alcoolistas nesse processo, um dos grupos mais conhecidos são os Alcoólicos Anônimos (AA).

Esse grupo de mútua ajuda trabalha com os 12 passos e é um lugar que inclui homens e mulheres que ajudam uns aos outros a se manterem sóbrios, buscando uma nova maneira de viver, longe do uso.

A clínica de recuperação Grupo Recanto possui uma abordagem biopsicossocial, considerando seu aspecto biológico, psicológico e social.

Cada paciente é compreendido de forma única, integrando assim as suas condições físicas, relações familiares e a sua cultura, entre outros aspectos.

Desta forma, o paciente torna-se consciente de seu problema e fica informado sobre sua doença.

Alcoolismo tem cura?

O alcoolismo não possui cura, mas, é uma doença que pode ser tratada e detida.

Recaídas são comuns, porém não significa que o indivíduo não obteve excito ou não irá se recuperar.

Nesse caso, é preciso que se tenha foco no objetivo e ajuda necessária para que não volte a consumir a bebida.

Entretanto, é possível atenuar os sintomas através do tratamento especializado em uma clínica de reabilitação, de tal forma que o indivíduo consiga construir novos caminhos e saiba como lidar com a situação de forma bem-sucedida.

Conclusão

Consumir bebidas alcoólicas é um hábito comum entre as pessoas, porém, muitas vezes não é visto como uma droga que pode gerar dependência.

Seu uso é lícito, entretanto, profissionais de saúde tem a preocupação do fato dessa substância acarretar diversos problemas ao indivíduo.

O alcoolismo se constitui como sendo uma doença crônica, onde a pessoa ingere de maneira excessiva e compulsiva bebidas alcoólicas, gerando assim a dependência.

Esta doença provoca graves problemas na saúde física e mental do indivíduo.

Nesse processo, caso a pessoa interrompa o seu consumo ela pode entrar em abstinência, que está associada a diversos sintomas, como depressão, dor de cabeça, tremores, irritabilidade e ansiedade, entre outros.

Existem diversos tipos de tratamento para a dependência do álcool, como a desintoxicação, aconselhamento, Terapia Racional Emotiva e os 12 passos do programa de ajuda mútua chamado Alcoólicos Anônimos (AA), entre outros, que podem ser prescritos pelos profissionais de acordo com a demanda específica do indivíduo.