Ao mesmo tempo em que a CBF avalia a estratégia para atacar Carlo Ancelotti após a eliminação do Real Madrid na Champions League, seu último treinador tem negociações em andamento para definir o futuro. Tite é o alvo do Al Hilal, da Arábia Saudita, para substituir o argentino Ramon Diaz.
O clube do Oriente Médio já estabeleceu contato e conversa com o empresário Gilmar Veloz para avançar nas pretensões do treinador que comandou a seleção brasileira nos últimos seis anos e deixou o cargo após a última Copa do Mundo. O crescimento da Liga Saudita, com a chegada de Cristiano Ronaldo e especulações envolvendo Messi, e a força do Al Hilal no cenário asiático são fatores tidos como sedutores, além, obviamente, da questão financeira.
A expectativa é de que as tratativas tenham andamento em Riad nos próximos dias, e o desejo do clube é definir o novo treinador até o fim da temporada atual, do dia 31 de maio. Vice-campeão do Mundo e da Champions League Asiática, o Hilal não tem mais chances de ser campeão da liga local, mas ergueu na última sexta a Copa do Rei ao vencer o Al Wehda nos pênaltis.
Tite foi o nome preferido pelo Corinthians depois da saída de Fernando Lázaro, em abril, mas recusou a proposta mesmo com apelo da torcida por conta da promessa feita para sua família de que não voltaria a trabalhar no Brasil em 2023. Aproveitando o período livre para estudar inglês, o treinador prioriza a Europa, mas as perspectivas apresentadas por um clube do poderio do Al Hilal são relevantes.
Desde o início do mês, por sinal, crescem rumores sobre a possibilidade de Lionel Messi se transferir para o clube. De saída do PSG, o craque é o sonho de consumo do Barcelona, mas a agência de notícias AFP publicou no início do mês que há um acordo verbal com o Hilal. A informação foi negada pelo pai do jogador e despistada por dirigentes sauditas.
Tite em seu último jogo pela seleção brasileira — Foto: Robert Michael / picture alliance via Getty Images
Em caso de acerto, a tendência é que Tite leve consigo boa parte da comissão técnica que o acompanhou na última Copa do Mundo no Catar, com os auxiliares Cleber Xavier, Matheus Bachi e Cesar Sampaio. O ex-volante, por sinal, seria o indicado para se aprofundar na estrutura e condições de trabalhos oferecidas pelos sauditas.
Em mais de 30 anos como treinador, Tite só teve duas experiências no exterior, e ambas no Oriente Médio. Em 2007/08 dirigiu o Al Ain, do Emirados Árabes, e retornou ao país em 2010/11 para assumir o Al Wahda.
Michael com o troféu da Copa do Rei, conquistado na última sexta-feira — Foto: Divulgação
Responsável pela eliminação do Flamengo no último Mundial de Clubes, o Al Hilal tem peças conhecidas do torcedor brasileiro em seu elenco. O atacante Michael, ex-Goiás e Flamengo, foi um dos destaques da última temporada, além do volante colombiano Cuellar, o argentino Vietto e o peruano André Carillo.
Em sua segunda passagem pelo clube, o treinador argentino Ramon Diaz anunciou nesta semana que voltará para seu país por conta de problemas familiares. Seu filho, Emiliano Diaz, assumiu o comando da equipe para as últimas quatro partidas da liga local. (GE)