Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Imperial College London e da NASA revelou que a presença de água em Marte teria durado mais do que a gente pensava! Além disso, teria sido abundante em seu passado.
Através da análise de algumas imagens do rover Curiosity, a equipe identificou indícios na cratera Gale. Essa seria uma bacia com 154 km de diâmetro ao sul do equador marciano.
Isso sugeriu que a água persistiu no planeta muito além do período anteriormente estimado, quando se acreditava que Marte havia se tornado árido e inóspito.
As imagens examinadas pelos pesquisadores revelaram camadas deformadas dentro de depósitos de arenito desértico, as quais parecem ter sido moldadas pela ação da água em Marte.
Assim, ficou evidente que a água seria o fator comum por trás de cada uma dessas formas de deformação potencial do arenito.
Ainda existem dúvidas
Embora haja consenso sobre a presença de água em Marte, ainda existem dúvidas quanto à sua forma física – se existia como líquido pressurizado, gelo ou salmoura.
Essa água poderia ter sido um líquido sob pressão, que deformou os sedimentos. Ou, então, congelada, com ciclos de congelamento e descongelamento provocando a deformação. Ela também poderia ser salgada, sujeita a amplas variações de temperatura.
Seja como for, esta descoberta tem implicações significativas para nossa compreensão das mudanças climáticas em Marte e orienta os estudos sobre a habitabilidade do planeta.
O que aconteceu com a água de Marte?
Há muito tempo, Marte era um mundo muito diferente do que é hoje. Entre as muitas mudanças que ocorreram ao longo dos bilhões de anos, uma das que mais estudamos seria o que aconteceu com a água em sua superfície.
Uma das principais teorias sugere que a água de Marte evaporou para o espaço ao longo de milhões de anos.
Sem uma atmosfera densa e um campo magnético forte para protegê-lo, Marte foi vulnerável à perda gradual de água para o espaço. A radiação solar e os ventos solares podem ter contribuído para esse processo.
Enquanto isso, outra possibilidade é que a crosta marciana absorveu a água. Marte já foi geologicamente ativo, com vulcões e atividade tectônica.
Assim, a água poderia desaparecer na absorção por minerais presentes na crosta ou mesmo incorporada em depósitos de gelo subterrâneos.
Além disso, existem evidências de que parte da água pode estar em retenção na forma de gelo nos polos do planeta. Esses depósitos de gelo podem ter diminuído ao longo do tempo devido a mudanças climáticas ou outros processos.
Uma teoria recente, mais intrigante, sugere que a água de Marte pode ter sido transformada em permafrost. Ou seja, uma camada de solo permanentemente congelada devido a variações climáticas ao longo do tempo. Essa água, então, permaneceria presa no subsolo, inacessível na forma líquida.
Habitação
Em partes, entender o que aconteceu com a água de Marte seria um próximo passo para uma possível habitação no planeta vermelho.
Essa ideia não é nova, e muitas agências governamentais, como a Nasa, estudam a possibilidade de morar em outro planeta, com as condições certas, ou mais próximas da Terra.
No entanto, os desafios são vários, entre eles conseguir cultivar vida sem os mesmos elementos, como oxigênio e, claro, água no subsolo. Dessa forma, pesquisas como essa, que indicam a longevidade da água na superfície, são animadoras.
Elas ajudam os cientistas a entender o que teria acontecido, e, com isso, recuperar parte desse potencial de vida, para, então, dar uma nova chance para os astronautas colonizaram o planeta vermelho.
Agora, resta saber se essa água de Marte foi para outro lugar, ou se está perdida, esperando para ser encontrada.
(Fonte: CNN)