A advogada Wellen Candido Lopes negou a possibilidade de conciliação com a delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis, que entrou com queixa-crime contra ela por calúnia. Em decisão de 17 de março, o juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, cancelou a audiência de conciliação que estava marcada para o dia 23, “por restar-se infrutífera”.

Wellen Lopes também pediu que seja decretado segredo de Justiça da queixa-crime apresentada por Nubya à Justiça. O argumento é que o processo teria “cunho sexual”. Sobre esse pedido, o magistrado determinou que o Ministério Público Estadual (MPE) manifeste se concorda ou não.

O caso teve início por causa dos inquéritos conduzidos pela delegada em relação ao jornalista Leonardo Heitor Miranda, que é acusado de diversos crimes sexuais. Wellen Lopes enviou nota pública à imprensa, em dezembro do ano passado, afirmando que encaminhou à Corregedoria-Geral da Polícia Civil um pedido de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra a delegada por supostamente ter cometido prevaricação e abuso de autoridade durante a investigação contra o jornalista.

A delegada entrou com a queixa-crime na Justiça e pediu, além da condenação da advogada por calúnia, que as matérias que reproduziram trechos da nota de Wellen Lopes fossem tiradas do ar. O magistrado negou o pedido, sob argumento de que as reportagens apenas relatavam a situação.

Na decisão de março, João Bosco Soares da Silva recebeu a queixa-crime por entender que há indícios de autoria e materialidade em relação à advogada. O juiz abriu prazo para que ela se defenda da acusação.