A advogada Wellen Candido Lopes denuncia que está sofrendo represália no exercício de sua profissão, pelo Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (Sindepo/MT), quando a entidade emitiu uma nota de repúdio contra ela por conta de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a delegada Nubya Beatriz Gomes, a pedido de um de seus clientes.

A delegada entrou com queixa-crime contra a advogada alegando ter sido caluniada. Wellen havia divulgado, em 3 de dezembro, nota pública em que tecia diversas críticas contra a delegada na condução do caso de crimes sexuais supostamente cometidos pelo jornalista Leonardo Heitor de Miranda.

O Pedido do PAD se deu porque a defesa alega que a delegada pode ter cometido abuso de autoridade e prevaricação nas investigações contra o jornalista. O caso em que Wellen defende teve grande repercussão na mídia no ano passado.

O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido de liminar feito pela delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis para que fossem retiradas do ar matérias com falas da advogada Wellen Candido Lopes. Para o magistrado, as reportagens, não deturparam os acontecimentos e apenas informaram fatos que mereceriam total atenção adas autoridades. A decisão é de início de fevereiro de 2021.

“Em pleno exercício da advocacia defendendo um cliente recebi uma nota de repúdio de uma organização sindical. O advogado e o cliente são pessoas distintas”, comentou.

Wellen disse ainda que o advogado tem prerrogativas expressas no Estatuto da OAB e pode se manifestar em nome do cliente, em sua defesa. “Quem ingressou com o PAD na corregedoria foi Leonardo Heitor. Eu apenas o represento como advogada. A questão se tornou pessoal, no momento em que o advogado passa a ser atacado por estar agindo em nome de seu cliente”, desabafou.

Wellen disse em entrevista ao Cuiabano News que em dezembro chegou a fazer um vídeo educativo sobre prerrogativas do advogado, após ter sofrido este ataque. Confira:

Veja a nota de repúdio emitida pelo Sindepo/MT clicando aqui

Outro lado

O Cuiabano News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil, que até a publicação desta reportagem não respondeu nossas solicitações.

Entramos em contato também com a assessoria da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso, que disse que irá encaminhar uma nota sobre o caso. O espaço segue aberto.