Larissa Frasão de Almeida, de 12 anos, vítima da chacina em um bar de Sinop, no norte do estado, era considerada a “base da família” e tinha planos de estudar e trabalhar na cidade para ajudar os pais, segundo a tia dela, Deusinha Souza Frazão. Além da menina, o pai Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, de 36 anos, e outras cinco pessoas foram mortas a tiros por dois homens que não aceitaram a derrota em partidas de sinuca. A mãe dela, Raquel Gomes de Almeida, e o primo, Luiz Carlos Souza Barbosa, sobreviveram ao massacre.
Deusinha, que mora no Maranhão, é irmã de Getúlio e tia de Larissa. Ela contou ao g1 que o irmão se mudou para Sinop há cerca de três anos em busca de melhores condições de vida. Já Larissa e a mãe estavam na cidade há um mês.
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“Larissa era uma criança inteligente, queria estudar e trabalhar. Eu falava que ela era muito nova ainda para trabalhar, mas ela era decidida. Foi uma menina muito sonhadora, conselheira, era a base e a guia da família”, declarou.
Segundo a tia, a sobrinha estava animada com a mudança e dizia que começaria um curso neste ano e que, em 2024, trabalharia para ajudar os pais.
“Todos tinham muitos sonhos. Getúlio trabalhava como pedreiro, era um ótimo profissional e conseguiu se estruturar. A Raquel e a Larissa só iam nas férias, mas, dessa vez, foram decididas que ficariam”, relatou.
Raquel perdeu o marido e a filha no massacre em Sinop (MT)
No dia da chacina, a adolescente estava com os pais no bar e tentou correr junto com o primo para se salvar dos atirados, mas foi atingida nas costas por um tiro de espingarda 12 mm. Já o primo Luiz, que corria na mesma direção, logo à frente dela, se jogou em uma área de mata, em um terreno baldio ao lado do bar, e foi salvo, conforme relatos da família.
No dia da chacina, a adolescente estava com os pais no bar e tentou correr junto com o primo para se salvar dos atirados, mas foi atingida nas costas por um tiro de espingarda 12 mm. Já o primo Luiz, que corria na mesma direção, logo à frente dela, se jogou em uma área de mata, em um terreno baldio ao lado do bar, e foi salvo, conforme relatos da família.
O pai da adolescente, que havia vencido as partidas contra os atiradores, também foi morto pelas costas, com cerca de três tiros de pistola. Já a mãe permaneceu abaixada e não foi atingida.
Os corpos de Getúlio e Larissa serão levados para o Maranhão e devem ser velados e sepultados em Governador Nunes Freirem nessa sexta-feira (24), segundo a família.
‘Acabaram os planos para Mato Grosso’
A família de Getúlio, toda do Maranhão, pretendia se mudar para Mato Grosso, para tentar uma vida melhor.
“Creio que agora acabaram os planos para Mato Grosso. Todos estão muito traumatizados com essa tragédia. Eles eram nossa base e todos esperavam também se mudar e conseguir estruturar a família”, afirmou.
Agora, a família espera que o atirador preso não saia impune no julgamento.
“Que ele pague por tudo que fez e pelo sofrimento de todas as sete famílias que eles destruíram família”, ressaltou.