Este artigo é para as pessoas que querem saber mais do mundo dos negócios nas redes sociais, e, mais ainda, para aqueles que querem seguir a carreira de social media, ou, como prefiro dizer, gerenciador de redes sociais. O termo gerenciar descreve muito bem o trabalho que está por trás de uma rede social pública, é planejamento, atualização, monitoramento e discurso.
Realmente não é simples como muitos profissionais acreditam. Primeiro que lidar com redes sociais significa posicionamento, tanto do que se é, quanto do que não é, e isso é extremamente delicado. A boa notícia é que, se bem construído, o posicionamento ajuda a estreitar seu nicho de mercado e facilita a construção de conteúdo.
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E aqui chegamos a um ponto essencial, construir conteúdo. No mundo da comunicação existe uma frase que diz: “quem não é visto, não é lembrado”, fala essa que se encaixa perfeitamente com as redes sociais. Quando alguém precisa pesquisar um negócio ou um profissional, uma das fontes usadas é a rede social. Se você ou sua empresa não está lá, você não existe, não é confiável ou está ultrapassado. Exagerado? Talvez, mas é o que acontece rotineiramente.
Ter uma rede social é essencial para um negócio hoje em dia, mas também apenas tê-la não fecha a equação da visibilidade. É preciso produzir bons conteúdos e contar uma história. É muito importante pensar em um roteiro, quem é o seu negócio, como é seu discurso, o que ele representa, como ele se veste, que cor gosta, enfim, pensar no famoso branding. Sua empresa é uma pessoa na rede social.
Parece bobagem e até teoria demais, mas vou citar um exemplo. Quando comecei a gerenciar as redes sociais do Hospital de Câncer de Mato Grosso, isso já faz quase 8 anos, a grande dificuldade era, como montar conteúdo de um assunto tão complexo como o câncer. A doença é tão temida que é comum ouvir pessoas que se recriminam apenas por chamá-la. Que personagem seria esse? O que ele falaria?
Depois de muita análise e envolvimento, observando os pacientes que percorrem o Hospital, percebemos que ali as pessoas vão para viver, ou para reaprender a viver. Ou seja, o Hospital é um dos lugares com mais sonhos, esperanças e desejos que já vi. Foi daí que surgiu a persona que fala com o público nas redes sociais, uma pessoa que ama cada detalhe, que comemora a flor, que gosta do presente, que ama a família e que ama agradecer. Resultado, as redes são alegres e retratam o que a gente espera de cada um que entra ali.
Esse é apenas um dos exemplos que reitera o que já disse, tudo passa por muito planejamento e o conteúdo não é construído à toa. Um conselho que posso dar, se é que posso chamar assim, é que as pessoas são muito mais próximas de outras pessoas, então o seu negócio tem que ter a “cara” de uma pessoa, literalmente. Aqueles perfis cheios de artes, sem foto e interação são frios. Por isso, o dono tem que aparecer, a equipe, o parceiro, o papagaio, enfim, uma rede social é feita de pessoas para pessoas.
E é por isso mesmo que contar histórias tem gerado tanto engajamento nas redes sociais. E falo mais uma vez, apesar de ser pública, uma rede social precisa parecer privada, isso gera interação, proximidade e familiaridade. Ao invés de fazer uma arte do dia do médico, homenageie um médico, quer apresentar uma inovação, conte a história de alguém que usufrui da inovação, enfim, não esqueça, a sua empresa é uma pessoa tentando agradar outras, a venda ou visibilidade serão consequência.
E acrescento mais, lembra que falei da visibilidade? Pois então, isso não representa, necessariamente, números. O termo qualidade e não quantidade se encaixa aqui. Pense que a rede social é um álbum, que você só coleciona se for interessante e só compra as figurinhas se gostar. Ter o álbum só por ter não significa nada. A rede social é assim, só faz sentido se ancorar em quantidade, se essa estiver comprando o que você vende, seja a imagem, seja o produto.
O que de fato posso dizer é que gerenciar redes sociais é um desafio que foge da rotina. É uma arte de contar histórias e dar emoção ao mundo, muitas vezes frio, do corporativo.
*ADRIELE RODRIGUES é Doutora em Comunicação e Mediações Culturais, Assessora de Comunicação do Hospital de Câncer (HCanMT), Cosems/MT e Diretora de Comunicação da Xeque Mate.
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