O acampamento bolsonarista montado em frente a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá, foi desmontado na manhã desta terça-feira (10), após a chegada da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, na madrugada de segunda-feira (9), a desmobilização de todos os acampamentos em até 24 horas, mas a capital mato-grossense permaneceu com a estrutura montada. O governo do estado foi notificado pelo Ministério Público Estadual (MP-MT) para agir na desmontagem.
Nessa segunda-feira, poucos apoiadores de Jair Bolsonaro estavam no local. A cozinha e a tenda da oração, presentes desde novembro do ano passado, também haviam sido desmontadas. A principal estrutura, no entanto, continuava. Também haviam faixas, caixas, lonas e lixo espalhados pelo local.
Estrutura de acampamento foi retirada nesta segunda-feira após chegada da PM e Corpo de Bombeiros — Foto: Leandro Agostini/TVCA
Após terroristas apoiadores do ex-presidente invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, no domingo, o ministro ordenou a desmobilização dos acampamentos espalhados pelo país e a “prisão em flagrante de seus participantes pela prática de crimes”. Conforme o texto, as operações deveriam ser realizadas pelas polícias militares.
Em Cuiabá, alguns apoiadores se retiraram do local e recolheram alguns tapumes por conta própria. A polícia só chegou no local para coordenar as operações de desmontagem na manhã desta segunda-feira, após o governador em exercício, Otaviano Pivetta, ser notificado pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, para que acabasse com o acampamento por completo.
O descumprimento da decisão do STF implicará na responsabilização pessoal do governador, conforme o documento publicado pelo ministro.
Acampamento foi encerrado em Cuiabá após dois meses — Foto: Leandro Agostini/TVCA
Movimento golpista
Na noite de domingo (8), um vídeo postado nas redes sociais mostrava uma aglomeração de apoiadores de Bolsonaro na 13ª Brigada, com bandeiras do país e roupas verde e amarelo. Na tarde do mesmo dia, terroristas bolsonaristas invadiram a sede dos Três Poderes em Brasília, causando prejuízos ao patrimônio público e cultural.
Ao menos quatro bloqueios foram registrados na BR-163, em Mato Grosso, nesse domingo. No entanto, após a decisão do STF, uma operação foi montada para desmobilizar as interdições nas estradas em todo o país.
Mato Grosso não registrava bloqueios em rodovias federais desde novembro. No momento com maior número de atos golpistas no estado, mais de 30 pontos foram fechados por pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições e que, por isso, pedem intervenção militar – o que é crime.
Acampamento tinha faixa pedido de intervenção militar, o que é crime. — Foto: Reprodução/Redes sociais
Resumo dos ataques
Bolsonaristas terroristas invadiram e depredaram Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF. Veja fotos de quem participou da destruição.
O movimento golpista que ocorre há semanas em Brasília foi engrossado por dezenas de ônibus que chegaram no fim de semana.
Apesar disso, a PM do DF mantinha poucos homens no local e não conseguiu frear os terroristas. A polícia foi criticada e acusada de omissão.
Obras de arte e móveis foram quebrados no palácio presidencial. O plenário do STF ficou destruído. Veja FOTOS e VÍDEOS da barbárie.
Lula decretou intervenção federal para assumir a segurança do DF, e o governo pediu a prisão do bolsonarista Anderson Torres, que respondia pela segurança em Brasília.
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) por, pelo menos, 90 dias. Quem assume o cargo é a vice-governadora Celina Leão (PP).