Palmeiras perdeu para o Tigres, do México, neste domingo, e deu adeus ao sonho de conquistar o título do Mundial de Clubes da Fifa. Ainda no gramado, o técnico Abel Ferreira falou sobre a derrota por 1 a 0 e viu a partida em um detalhe a favor do time mexicano.

No início do segundo tempo, Gignac marcou em cobrança de pênalti e definiu a classificação do Tigres para a final do Mundial de Clubes da Fifa. No primeiro tempo, no entanto, Weverton, com três defesas incríveis, foi o grande nome do Palmeiras.

– Quando ganhamos não está tudo bem, quando perdemos não está tudo mal. O que nós vimos aqui foi que nos comprometemos. Não vamos ganhar sempre, mas vamos lutar sempre para ganhar. Foi o que nós fizemos. Infelizmente a bola não quis entrar. Jogo fica definido pelo detalhe do pênalti – disse o treinador português, que mais uma vez elogiou a qualidade do adversário.

Em entrevista coletiva, Abel Ferreira falou sobre a marcação da penalidade a favor do time mexicano. Ele também lamentou o lance desperdiçado por Luiz Adriano, que não aproveitou cruzamento de Willian dentro da área, na segunda etapa.

– Há toque no pênalti, mas não há agarrão claro. Isso não é basquete. O adversário, com a experiência, secou um pênalti. Criamos uma chance flagrante com o Luiz não acertando a bola. Nosso adversário foi ligeiramente melhor e o jogo foi definido no detalhe, na experiência de um atacante, que sacou um pênalti –avaliou.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Tigres — Foto: David Ramos - FIFA/FIFA via Getty Images

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, na partida contra o Tigres — Foto: David Ramos – FIFA/FIFA via Getty Images

– Não (sentimos o gol). Muita gente não conhece nossos adversários. Falei antes que é um adversário com muita qualidade individual e coletiva. Fez isso contra nós e contra todos. Nós tivemos nossas oportunidades, adversário também teve. Esses jogos são definidos por detalhes, e hoje foi um pênalti que fez a diferença. Vamos valorizar o que fizemos e o que o adversário fez. Não jogamos sozinhos. Infelizmente, essa última oportunidade do Luiz Adriano não entrou. Não fomos tão eficazes como costumamos ser. Nesses jogos todos os detalhes contam – completou.

O Palmeiras ainda terá mais um confronto no Mundial de Clubes da Fifa antes de retornar ao Brasil. Na quinta-feira, o time alviverde disputa o terceiro lugar contra o perdedor do jogo entre Bayern de Munique, da Alemanha, e Al-Ahly, do Egito.

Abel Ferreira lamenta derrota do Palmeiras para o Tigres-MEX, mas diz que time se entregou em campo

Confira a entrevista coletiva do técnico Abel Ferreira:

O que faltou ao time?
– Sabíamos que o Tigres tinha essa qualidade individual, isso é evidente quando veem a quantidade de jogadores deles que driblam. Com o Gignac na frente e o Gómez, fortes no jogo aéreo, sabíamos que era um padrão deles. É a competência de quem defende e de quem ataca. As oportunidades deles foram no jogo no alto. É um time que toca muito bola mas acaba com cruzamento. Tivemos a chance no chute do Rony, com uma boa defesa do goleiro. Mas no primeiro tempo eles foram ligeiramente superiores.

Palmeiras pode voltar ao Mundial em breve?
– Não sei, não sou mágico. Sei dizer que tenho um time com margem de crescer. Nesse tipo de jogo ganhamos experiência, também temos de estar no máximo de concentração e performance. Sabemos que o time pode fazer melhor em performance individual. Chegamos com mérito, temos mistura de jovens e experientes. Mas mais do que arrumar desculpas temos que assumir que no geral o adversário foi ligeiramente melhor, decidido em um pênalti que o adversário arruma e define na bola parada.

Sobre o Tigres e o jogo:
– Só quem não estuda futebol e não sabe o que o adversário fez nos últimos anos diz que é surpresa. Era um adversário difícil, com muita qualidade individual e coletiva, mesmo técnico há dez anos. Investiu muito, tem qualidade. Não gostamos de dar mérito ao adversário muitas vezes, queríamos estar na final, fizemos tudo. Em momento nenhum tenho algo a apontar aos jogadores, que não tentaram. Mesmo após sofrer o gol, deixamos o time mais agressivo. Todas as trocas foram para isso. Gostamos de ter jogadores que desequilibram, sobretudo nas pontas, como eles tinham, pontas desequilibradores. Temos jogadores lesionados nessas posições. E é muito importante ter esses jogadores. O Tigres chegou por mérito e qualidade. Há muita tendência de desvalorizar o adversário. Mais que arrumar desculpas, hoje eles foram ligeiramente melhores e o jogo foi decidido no detalhe.

Sobre a disputa do terceiro lugar:
– Nem quando ganhamos está tudo bem, nem quando perdemos esta tudo mal. O processo está lá. Queremos pressionar pelo alto, jogar na máxima força, queremos sempre ter jogo propositivo, criar desequilíbrio na defesa, mas no outro lado tem adversário com intenção de ganhar. Hoje tivemos mais transpiração do que inspiração. Sei que conseguimos fazer o melhor em termos de calma e decisão, nos timings certos, sobretudo com bola. Mas não posso dizer nada sobre a atitude deles. Procuramos de todas as maneiras chegar ao empate, com o adversário fechado. Conseguimos criar mesmo assim uma chance para poder empatar o jogo. Mas vamos fazer o que temos de fazer, analisar o jogo, ver como estão os jogadores. Temos rodado sempre os jogadores. É impossível estar sempre na máxima força. O que nos trouxe até aqui? É isso que vai continuar nos levando, nosso trabalho, nossa identidade, aprender com nossos erros, com as coisas boas que fizemos, seguir firmes e fortes. é preciso sentir a dor da derrota, mas é preciso seguir em frente trabalhar mais e melhor, é assim que os campeões fazem.