Mais uma vez servidores e estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) puderam observar as velhas manobras de um pequeno grupo que, ao mesmo tempo em que manipula, conduz há muitos anos, os destinos da nossa universidade. Dessa vez, o palco foi a reunião do dia 13 de fevereiro de 2020, onde a Reitora Myrian Serra, como presidente do Colégio Eleitoral Especial (CEE) da UFMT, convocou os conselheiros universitários para que, democraticamente, pudessem escolher uma comissão que comandaria a escolha da nova Reitora ou Reitor da UFMT. A presidente do CEE, por meio do ofício nº 01/2020 e, nos termos da Medida Provisória n.º 914/2019, buscou dar inícios aos trabalhos. Contudo, nada disso aconteceu.
A sessão do CEE foi instalada e pessoas estranhas aos conselhos universitários tomaram o plenário, a pauta inicial foi esquecida e as manipulações tiveram início. Permitiu-se que pessoas alheias aos conselhos fossem ouvidas e disputas políticas fossem travadas. Após horas de discussões vazias e ao invés de serem definidos os nomes da comissão eleitoral, votou-se pela suspensão total e completa do processo eleitoral da UFMT.
A votação não seguiu os trâmites esperados, a votação nominal dos conselheiros deu lugar a braços levantados, braços de qualquer um dos presentes, conselheiros ou não, e com o placar de 38×24 os “presentes decidiram” por deixar a UFMT à deriva: sem dia para retomar o procedimento de escolha da nova Reitora ou Reitor da UFMT. Suspendeu-se, sem dia de retorno, o processo de escolha dos novos líderes da UFMT.
O que percebemos é que ao final da tarde daquele dia 13 de fevereiro de 2020, conselheiros vencidos pelo cansaço e pelas manobras obscuras e antidemocráticas, foram levados ao erro e golpearam de morte a democracia universitária. Alerte-se que a atual gestão da UFMT será encerrada em 14 de outubro de 2020 e que, 60 dias antes desta data, conforme determina a lei, o novo ou a nova representante maior da universidade deve ser apresentado(a). Nesse caso, o que pretendem que aconteça? Um processo eleitoral na UFMT tem duração média de 180 dias. O tempo de iniciar os trabalhos eleitorais é agora. Se isso não for feito, como será conduzido o processo eleitoral universitário? Com essas decisões, não estaríamos demonstrando que não somos capazes de conduzir o processo eleitoral universitário?
Diante de todo o exposto, mais uma vez vemos quem manda na universidade, sempre os mesmos com suas velhas artimanhas que tumultuam, dispersam e obstruem o curso saudável da discussão democrática. A estratégia é sempre a mesma, então cabe aos valorosos conselheiros da UFMT tomarem de volta os rumos do processo eleitoral, caso contrário, aqueles poucos de sempre continuarão a conduzir os nossos destinos. Diante de toda articulação político-partidária, que amarra a universidade e a mantém parada no tempo, a UFMT pede socorro!
É necessário e urgente a instalação da comissão eleitoral na UFMT!!
*DANIELI ARTUZI PES BACKES é Doutora e Professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
CONTATO: www.facebook.com/danieli.artuzi