Homem público de Mato Grosso pós-divisão mais conhecido no cenário nacional, talvez superado apenas pelo saudoso Dante Martins de Oliveira, o ex-governador Júlio José de Campos (União Brasil) está de volta à disputa eleitoral. No pleito de outubro de 2022, ele estará na briga por uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Após anunciar a sua aposentadoria, em 2014, para se dedicar a tratamento de saúde, Campos volta remoçado. Agora, com um fígado novo, demonstra rara disposição para percorrer o estado na “caça ao voto”, como sempre fez, desde 1972, quando se elegeu prefeito de Várzea Grande, pela Arena.
“Estou pronto para somar com os mais jovens e tenho muito a coloaborar com Mato Grosso”, disparou Campos, em entrevista exclusiva ao portal de notícias Cuiabano News, em seu escritório, no bairro Ipase, em Várzea Grande. Pouco depois, participou de reunião com o seu irmão, senador Jayme Campos (UD), e seu sobrinho, Carlos Eduardo Dudu Campos.
Aos 75 anos, Júlio Campos certamente possui o mais vistoso currículo dos homens públicos de Mato Grosso, em atividade. Foi secretário de Obras de Várzea Grande, servidor público da extinta Companhia de Desenvolvimento do Estado (Codemat), prefeito de Várzea Grande, o mais jovem governador de Mato Grosso, senador da República, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e quatro vezes deputado federal.
Vale registrar que, como senador, foi primeiro secretário do Senado (1993-1995), no governo Fernando Henrique Cardoso, o que colocava-o à época como segundo homem da Casa e quarto homem da República. Ele foi o primeiro a se atrever a ‘intervir’, na obra do imortal arquiteto Oscar Niemeyer, sendo responsável pela reforma e ampliação dos gabinetes dos senadores, e a construção da Ala Filinto Müller.
Ele explicou que a decisão de sair para deputado estadual se deve ao fato de que já ocupou os demais cargos: prefeito de Várzea Grande, governador, senador e deputado federal. Porém, nunca teve mandato na Assembleia Legislativa.
Neste contexto, Campos esclareceu que sua candidatura a deputado estadual deveria ter sido em 2018. Contudo, adiou o projeto, para 2022, de forma a ficar livre e poder coordenar a campanha vitoriosa do senador Jayme Campos, que se elegeu e assumiu em 2019.
“Eu já tinha feito isso em 1970. Seria candidato a deputado estadual, na época para fazer a dobradinha com o deputado federal Emanuel Pinheiro da Silva Primo; pai do atual prefeito Emanuel Pinheiro; e, depois, decidi recuar para ceder a vaga ao então ex-prefeito Vicente Vuolo. Ele fez a dobradinha com Emanuel Pinheiro. Aliás, depois Vuolo foi senador”, recordou Júlio Campos, em entrevista para o Cuiabano News.
Júlio e Jayme Campos nunca mudaram de partido. Sempre estiveram filiados ao PFL, desde a década de 1980, e continuaram, mesmo com as novas denominações da legenda: primeiro, Demcratas (DEM), e, atualmente, União Brasil (UB). Além deles, somente o deputado federal Carlos Bezerra, presidente da Executiva do MDB, jamais trocou de filiação partidária.
A diferença é que Bezerra sempre foi presidente e administrou o partido com mão-de-pilão, enquanto os irmãos Campos, em diversas oportunidades, eram apenas filiados ou membros dos diretórios, em cargos menores.
Ao recordar sobre um período recente, Júlio Campos citou que foi vice-presidente da Executiva Regional, por vários anos, nos mandatos dos presidentes, atuais deputado estadual Dilmar Dal’Bosco e senador Fábio Garcia (UB), justamente para contribuir com o diretório. “Eu era vice e, quase sempre, me via obrigado a representá-los, em cerimônias diversas, pois são homens ocupados demais, com inúmeros afazeres.
A reportagem do portal de notícias Cuiabano News publica, nos próximos dias, algumas propostas de campanha do candidato Júlio Campos.