Seus pais eram Cândido Mariano e Claudina Lucas Evangelista, descendentes diretos dos guardiões das matas verdejantes, os nossos índios guerreiros. Seus bisavós maternos eram da etnia Bororó e terena, e sua bisavó paterna pertencia aos Guarás.

Do seio da Magnífica e Pantaneira vila, precisamente no dia 5 de maio de 1865, nasceu em Mimoso distrito de Santo Antônio de Leverger/MT, Cândido Mariano da Silva nesta época ainda sem a alcunha “Rondon” em teu nome que viria a ser adquirido, somente em 1881, através de uma autorização do Ministério da Guerra.

Perdeu seus pais muito cedo ficando órfão  sendo criado pelo tio, que era Capitão da Guarda Nacional.

Estudou em Cuiabá, em 1879 adentrou no Liceu Cuiabano e se tornou professor em 1881.

Ainda em 81 se mudou para o Rio. Foi um jovem ativo, politicamente participou do movimento abolicionista e republicano!

Marechal Rondon como ficou eternizado, cursou também na Escola Superior de Guerra e de lá saiu como um dos componentes da Comissão que construiria as Linhas Telegráficas em nosso Mato-Grosso. Foi chefe do Distrito Telegráfico.

Em 1889, articulou juntamente com Benjamin Constant o ensaio político que resultou na proclamação de nossa república brasileira.

Depois de passar por dificuldades e superá-las, perdas e frustrações, Rondon, mostrou ser homem guerreiro, íntegro e batalhador, conseguiu crescer como pantaneiro que era, e mesmo já qualificado, bem instruído e vivendo na Capital do Brasil na época (RJ), voltou para o seu tão amado Centro-Oeste Brasileiro, com um único objetivo; defender, cuidar e integrar os índios e uma nação de Brasileiros que viviam “escondidos” do mundo. Sua ideologia era:

“Matar nunca, morrer se necessário.”

Iria explorar o paraíso ainda desconhecido, integrar e fortalecer a unidade Nacional, enfim a nossa soberania.

Estamos ainda no ano de 1892!!!!

Foi também designado para a construção das linhas que ligariam o nosso Estado ao de Goiás.

Desbravou e interligou todo o centro Oeste e o norte também, pois no ano de 1906 o Presidente Afonso Pena o encarregou de ligar Cuiabá ao Acre, que tinha acabado de ser incorporado ao Brasil.

Descobriu o esplendoroso rio Jurema.

Navegou o Rio Amazonas ao lado de um ex-presidente dos Estados Unidos da América, Teodore Roosevelt, em 1913! Têm um espaço reservado atualmente no Museu de História Natural de Nova York, além de ter sido responsável por inspecionar lá pelas bandas de 1927 e 1930, a fronteira do nosso país, foi do Oiapoque até o extremo Sul, divisa com a Argentina.

Muitas e muitas (incontáveis) foram as conquistas desse homem mimoseano de coração, mas com a alma ligada as aspirações políticas de vanguarda. Cidadão do novo mundo que surgia e que ele ajudou a construir, cidadão das matas e do respeito pelos nativos, o sangue desses corria em sua veias. Cidadão que lutou e superou todas as dificuldades e limitações. Cidadão que propiciou o surgimento da República Brasileira!!

E é nesse sentido de menino simples criado pelo Tio Manuel Rodrigues da Silva Rondon, depois de ficar órfão de pai e mãe, descer da terra abençoada Mimoso para Cuiabá, depois Rio de Janeiro e conseqüentemente para o mundo, que o nosso não digo Marechal, mas emérito cidadão matogrossense, honrado filho pantaneiro, recebeu após demonstrar a grandeza de seu espírito em 5 de Maio de 1955, o Título de Marechal, dado pelo Congresso Nacional, é o único brasileiro que têm o seu nome em uma Unidade Federativa (Rondônia), além de possuir municípios com sua alcunha, foi indicado para o prêmio Nobel da paz (Clube da Exploração), teve seu rosto estampado em uma cédula de mil cruzeiros, o principal aeroporto do nosso Estado têm o seu nome.

Têm seu nome escrito em ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de Nova Iorque ao lado de Amundsen ( explorador norueguês das regiões polares, que liderou a primeira expedição a atingir o Pólo Sul a 14 de dezembro de 1911 utilizando trenós puxados por cães.).

Ao escrever esse artigo e ao mesmo tempo lendo a sua história confesso que me emocionei muito, a lágrima quase saiu!

Passar por tudo e construir vitórias não pessoais, mas coletivas que até hoje refletem em nosso dia a dia, sem deixar se abater pelos limites tecnológicos, técnicos, geográficos e emocionais, faz de sua vida um belo filme. Em que no final com certeza, pôde falar;

“Valeu a pena.”

E nós como humildes cidadãos agradecemos pelo belo exemplo deixado pelo nobre Marechal Rondon e devemos lembrar que existem muitos mitos e heróis nacionais que não são lembrados em detrimento de pessoas que diante de toda a sua vida política não construíram absolutamente nada e são idólatras em nosso país.

*CELSO BICUDO JÚNIOR   é advogado e assessor jurídico do municpio de Nova Xavantina/MT.

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