Quisera eu publicar a narrativa de uma entrevista que a felicidade -toda feliz da vida- permitiu-me realizar! … Eis que folheando as páginas dos milênios…Nos parágrafos da vida que o tempo ia escrevendo… Vi que o sonho humano mais imenso… foi a felicidade encontrar!… E nas linhas escritas no texto da vida…Nas frases lidas em tardes lindas… Nas fases idas…Vi que o anelo de todas batalhas renhidas, foi o pináculo da felicidade galgar!… E nos versos cálidos do recitar dos lábios de um poeta sábio, de tempo denominado, vi que o inconsciente humano foi projetado para a felicidade encontrar!
Nessa minha missiologica jornada entrevistativa, encontrei uma sábia senhora eloquentisissima. Ela escrevia…escrevia…reflexisissima… Seu nome era História, e ela grafava o tempo com glória, sem deixar nada se desistorializar!…
-Bom dia, senhora! Podes dar-me uma informação agora?- Indaguei-lha com intenção relatória, sem hesitar.
Ela continuou escrevendo… Parecia que não podia perder nenhum momento… Mostrou-me suas páginas e argumentos. Eu teria que, nela, me debruçar! E era grande a minha curiosidade … Eu procurava o endereço da felicidade… Para uma entrevista com formalidade, mas um caminho repleto de espinhos, eu teria que palmilhar!
Vasculhei o Universo… Observei as ascensoes, o estrelato, o sucesso… Vi olhares perdidos em um infinito incerto! Vi sorrisos que eram tão-somente lábios abertos! E suas almas pareciam chorar! Pessoas infelizes seguem as mesmas diretrizes. São isonomas suas raízes…Elas glamourizam suas crises, contudo insistem em se autoenganar! Pessoas infelizes não são tão difíceis de se encontrar!…
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Na calçada das estrelas e celebridades… Procurei o endereço da felicidade… Porém, uma mulher serena, chamada Simplicidade, informou-me, com propriedade, que ser feliz não condiz com aquele endereço lá!
Fui, então, à casa de Descartes, o exímio! Ele era, de fato, bem pensativo e introspectivo…Buscava ser feliz em seu reciocinio profundíssimo…Fitei-o, em um constante observar! De repente, em seu recinto, ele bradou o seu histórico grito:
-Penso, logo existo!”.- Disse convicto, sem duvidar.
Talvez ele buscasse um motivo para colecionar sorrisos, já que as teses mais famosas dos livros não se concentraram nisso: Em fazer o homem feliz se tornar!
Ressalto que fora uma jornada sofrível, uma busca indizível, caminhos exaustivos, parecia realmente impossível a felicidade encontrar! Passei -me por jornalista, naquela busca pela entrevista, e o endereço errado que fora dado pela minha vaidade egoísta, impediu -me de mais cedo a felicidade encontrar!… Vi barcos à deriva dos navegantes… E várias utopias ali consoantes…Era a bússola desdirecionante que o vento do meu ego arrogante me impedia de, na terra da felicidade, chegar!…
Avistei , bem adiante, o Palácio de Alexandre -o Grande -… Corri, bati em sua porta que era deslumbrante… Ele abriu e me pediu que o chamasse de “o grande”; parecia se auto afirmar! Ele necessitava de ser enaltecido pelas conquistas em que fora invencível…Mas, no final sentou-se e pôs -se a chorar!…
– Por que choras, ó Alexandre -o grande? – Perguntei -lhe, pois seu choro era impressionante! – Ó conquistador de territórios relevantes, por que estás a chorar?… Por que depois de ter conquistado tudo, tu revelaste ao mundo, sentado e debruçado em seu próprio soluço, que a felicidade não conseguiste conquistar?… É… Alexandre!.. Já vi anões com alma gigante!… Já vi pequenos com uma felicidade tão grande!… Ah, oxalá essa grandeza, tu priorizasse conquistar!
Saí dali apressadamente… Fui em outra mansão erigida frondosamente… Chamei pela felicidade insistentemente…Porém, outra pessoa veio comigo falar. Era um senhor forte, óculos escuros e roupas nobres; seu nome era Holofotes, e ele sabia lisonjear!… Sua esposa chamava-se Hipocrisia, e só aparências ali havia… Ambos, pois, pareciam combinar!
– Preciso falar com a Felicidade – Eu disse com esperança suave – Ó senhor Holofotes, será que tu podes me auxiliar?
– A Felicidade aqui não se encontra! – Ele disse bem alto com sua garganta – Aqui é um “mundo faz de conta “; pessoas felizes, os holofotes não compram; elas não se deixam holofotesiar! Pessoas infelizes não são tão difíceis de se encontrar!
Fui, então, ao luxuoso apartamento da Dona Riqueza… e se localizava na quadra que se enquadra a pauta da nobreza… Mas, a portaria informou-me, com certeza, que a Felicidade poderia estar em outro lugar!
Parei-me absorta em um caminho florido… Ali, Avistei um majestoso edifício. Interfonei com regozijo, e nem acreditei ter ouvido a Felicidade me responder do lado de lá!
– Por obséquio, preciso, por certo, Vossa Felicíssima entrevistar!
– Sou eu – Disse aquela senhora -Sou a mais procurada da História… Em cortejo, me levarão os guardas – costas, e até a ti, irão me levar! Já dei ordens às minhas governantas, que cerimoniassem um baluarte com danças… E dispusessem uma Carruagem… Preparassem uma festividade em bonança!… Ora, já vesti seda e organza!… Sinta -se à vontade, eu sou a “Felicidade “, e pode me entrevistar!
– Qual o seu nome correto? – Indaguei-lha, com um olhar esperto – A Felicidade não se essencializa no supérfluo… Aquilo parecia um equivocar!
– Meu nome, na verdade, não é Felicidade. Chamo-me Vaidade- Ela dispôs -se a revelar.
– A falsidade é minha irmã. Meu nome completo é Vaidade Vazia e Vã. Pode acreditar!…
Continuou a Dona Vaidade :
– Eu sempre sou confundida com a Felicidade…Sou uma Sósia cheia de artificialidade… Mas, não sou feliz de verdade!… Invisto nas aparências para meu vazio disfarçar! Casei-me com o orgulho, e multidões nós atraímos para nosso mundo…Sou o buraco negro de um ego profundo… E gosto de ostentar!… No grego, significo ” vaziosidade “… Eu sou a Infelicidade… Eu esvazio todo aquele que me abraçar! O excesso de meus ouros é um pedido de socorro… É um grito impetuoso, é um inconsciente choro… Destarte, não dê alarde, não vá isso publicar!
Ao longo do caminho, vi uma fila de pessoas sorrindo… Seu comprimento era infindo… Frente à um pódio disputadissimo. Era a casa da senhora Fama… Ali, desrespeitavam – se, envenenavam-se, serpenteavam-se em suas aparições insanas!… Vi ali as futilidades das subcelebridades, cujo egoísmo era perigosíssimo, pois inflama!
Uma pessoa feliz é coesa, respeituosa e tem fineza!… Não é invasiva, tampouco oportunista, e de bajulações não necessita, nem enseja! Pessoa feliz é bem resolvida, e sua aura mostra que sua alma é bonita. A positividade e a moralidade de sua produtividade pressupõe leveza! Não precisa disputar falsas glórias, pois não há gosto de vitória nas conquistas inverdadeiras! Porque o indivíduo quanto mais vazio, mais bestil!… Mais vil… São nuvens sem água que não salta para os rios… É a própria imbeleza e improeza. No mundo das falsidades têm tudo, menos a Felicidade… Tem amores comprados pelos odores dos status, tem sorrisos selfienizados, sem profundidade…. Sem certeza!
Viajei para a casa do senhor Aurélio, e ele deu – me um significado mui belo! Conceituou a felicidade em um tom singelo… Significou – na como ventura e êxito. Outrossim, naquele dia, também visitei o Dicionário de filosofia e eu lhe disse :
– Bom dia!
E ele apresentou – me o seu conceito… Disse -me que deriva do latim a felicidade… “Félix”, que quer dizer “fertilidade “. Ela seria, portanto, um estado de fecundidade, e não teria sentido neutro… Perguntei se ele sabia o endereço dela; ele folheou-se, esforçou -se, mas não pôde dizer onde morava ela! Ó quão difícil seu endereço!
Encontrei Platão pela estrada da pesquisa… Ele disse então que a sua visão era ontológica e cognoscitiva!… Afirmara com precisão. E disse que a felicidade morava na rua da Dialética, na cidade do mundo das ideias conexas, e que ser feliz é sair da caverna e libertar – se da escuridão.
Apelei para Aristóteles; perguntei se ela morava no sul ou no norte… Ele fora educado em sua tese forte…Apontou o caminho da contemplação!… Explicou que o CEP da felicidade é a lógica; sobretudo o ponto de referência são as premissas silógicas… E que na esquina da virtude, a felicidade tem sua habitação.
Fui à década de 60, atrás de um ilustríssimo :
-Ó Elvis Presley, a felicidade mora contigo?- Interroguei o talentosissimo.
– Não conheço este substantivo – Respondeu -me com seus olhos reflexivos!
Mas, por quê a felicidade não morava em sua mansão?…
Ó rei do Rock, responda-me com sua voz linda e forte!!!… Por quê a felicidade não morou nos seus bilhões de dólares??!!… Tampouco nos aplausos da multidão!?… Ó Elvis Presley, a sua Arte foi tão célebre!… Por que, no chão do seu banheiro, caíste inerte?!!… Por que autoflagelaste em suas interperies?!… Por que deixaste seu talentoso coração sucumbir-se em prazeres tão vãos?!!… E por quê, ó Michael Jackson… A felicidade não morou nos seus sucessos… Por que chorava o seu coração?!!… Whitney Houston…Amy Winehouse… por que vos flagelastes com as próprias mãos?!! É que vossos espíritos tinham sede do Deus vivo, vossas almas tinham fome do Altíssimo… O Único que é digno de toda Adoração!!!
E na música ” Rehab” composta pela própria Amy Winehouse, ela fizera uma triste confissão :
– “Minhas lágrimas estão a secar ” – Ela confessou o seu longo chorar… A canção que fez o mundo dançar… Que traduzida significa “Reabilitação “.
Fui no “Questionário da Felicidade de Oxford”… E perscrutei seu insigne endereço forte… Onde estaria genuinamente a Felicidade?!!… Pelo caminho, me falou Zoroastro…Que ser feliz é lutar contra o mal e seus laços…Já Lao Tsé disse que na natureza era sua localidade. Confúcio falou que era na sabedoria, no bairro da cortesia a casa da Felicidade. Mas, Sidarta Gautama indicou outra recâmara:
– É pelo Caminho Octuplo que se encontra a Felicidade – Ele disse com autenticidade.
Já Mahavira me sugeriu o caminho do Jainismo…Epicuro também indicou o caminho do equilíbrio… Pirro de Élis apontou o trajeto mais tranquilo. Fui também na casa de Maomé!…. Passeei pelo recôndito de Rosseau, e pelo Positivismo de Comte que ressoou… Deixei em muitas estradas as pegadas dos meus pés!…
Encontrei uma científica celebridade…. Era o pai da psicanálise.
– Onde mora a senhora Felicidade? – Perguntei -lhe com semblante aflito.
– A Felicidade é algo parcial….Não podemos senti -la em tempo integral – Freud falou convicto.
Continuei andando por toda a terra… Vi legislativos que não legislam… Vi governos que não governam… Vi presidencialismos que não presidem… e impérios que não imperam… Vi Executivos que não executam, vi líderes que não lideram… A felicidade também não estava ali… Parecia fugir… Ela seria uma quimera?!
São infelizes os que não amam, mas querem ser amados…. Os que não aprenderam a respeitar, mas exigem ser respeitados!… A resiliência e resignação, terem, quem dera!!!… Desejam ser perdoados, porém não querem perdoar….Aspiram ser felizes, contudo nunca foram partícipes em fazer alguém feliz se tornar!… São invernos, mas querem a primavera!!!… Querem ser enaltecidos, todavia não consolam os aflitos, são “grandes”, mas não ajudam os pequeninos… Não vão à peleja, mas almejam o troféu da guerra!…
Por fim, cheguei em Jerusalém… Disseram – me que a Felicidade ali entraria, com triunfalidade, eu queria vê -la também!… Será que ELE entraria em uma carruagem naquela cidade? Será mesmo que ELE vem?… E montado em um jumentinho… Um moço maravilhoso e felicíssimo, entrou em Jerusalém!… A multidão gritava :
– Hosanas! –
E ELE triunfava… Era a Felicidade que eu procurava também!… Rompi com a multidão, acenei -Lhe, e ELE me olhou com compaixão… Percebi que ELE me procurava também!…. Vi o senhor Holofotes tentar encantar aquele Deus Forte, mas nem a própria morte pôde vencê -lo também! Vi a Dona Fama… a Riqueza e a arrogância…. pedirem-Lhe autógrafo na terra santa… ELE só escreveu na areia plana, e salvou a mulher das pedradas de aquém!… Dos Holofotes ELE fugia tanto… Entretanto, eu precisava tanto entrevistá -LO em Jerusalém… ELE era simples demais… Muito educado aquele Rapaz! Vi que era o Príncipe da Paz… Eu via que ELE queria me fazer feliz também!…Pediu que eu fosse ao Calvário, e lá eu poderia entrevistá -LO… Aí, eu entendi muito bem! Lá da cruz, ELE me olhou… Estava feliz, apesar da dor… Observei o quanto ELE me amou… E pediu ao Pai que me perdoasse também!… Ali estava o endereço da Felicidade… Ele era o Caminho, a Vida e a Verdade… O Pai da eternidade me respondeu além!… Felizes os que o seu “eu ” tem crucificado… Felizes os que choram, porque serão consolados… Felizes os que tem sede de justiça, pois serão fartos… Felizes os pacificadores, pois o Reino vos serão dado. Fui muito feliz em entrevistá -LO. O endereço da felicidade era o Filho de Deus, o Ressuscitado… Amém!
*SUZIENE DE SOUSA CAVALCANTE é escritora e Poeta brasileira, em Rondonópolis. Cantora, Compositora, Palestrante, Biógrafa, Cronista, Teóloga, Bacharel em Direito, Oradora; e Coordenadora do Projeto Arte Jurídica em Rondonopólis.
CONATO: www.facebook.com/suziene.cavalcante