Ganhador do sorteio da Ferj para definir o mando de campo da final da Taça Rio, o Fluminense surpreendeu a todos ao indicar o Maracanã, uma vez que o clube vinha evitando jogar no local por causa do hospital de campanha da pandemia do novo coronavírus construído no complexo.

O Fluminense virou alvo de críticas de torcedores nas redes sociais após a decisão, mas, em nota oficial, a diretoria explicou a mudança de posição, vista como necessária para cumprir o contrato de administração do estádio, que exige um número mínimo de 30 jogos no palco por ano.

Leia a nota oficial abaixo:

“O Fluminense mandará o seu jogo da final da Taça Rio contra o Flamengo no Maracanã. A decisão foi tomada para cumprir contratos de gestão do estádio, já que, pelo termo de permissão de uso assinado com o Governo do Estado, temos obrigação de jogar um mínimo de jogos ao longo da vigência do contrato e das competições vigentes. O FFC mandou seus jogos em outro estádio até o limite possível, para que não descumprisse obrigações contratuais. Esclarecemos ainda que, em entrevista do presidente Mário Bittencourt ao programa Troca de Passes, do SporTV, realizada no dia 18/06, já havia deixado claro que o clube teria que voltar a jogar no Maracanã por conta dessas obrigações.

O clube informa ainda que realizará ações até o dia do jogo, como a venda de ingressos virtuais, e destinará a arrecadação para doação de cestas básicas para comunidades do Rio de Janeiro. Seguimos contrários à realização de jogos ao lado de um hospital de campanha. O erro original foi sermos obrigados a voltar a disputar o campeonato, mas temos por princípio o cumprimento de nossos contratos e em nenhum momento, durante toda essa crise, deixamos de observar nossas obrigações”.

Artilheiros do Novo Maracanã, Gabigol x Fred vão se enfrentar no estádio pela 1ª vez — Foto: GloboEsporte.com

Artilheiros do Novo Maracanã, Gabigol x Fred vão se enfrentar no estádio pela 1ª vez — Foto: GloboEsporte.com

Na entrevista citada na nota oficial, o presidente Mário Bittencourt deu a seguinte declaração no dia 18 de junho ao programa “Troca de Passes” do SporTV (veja no vídeo abaixo):

– Se a gente tiver êxito nesse segundo pedido liminar, nós vamos novamente fazer um pleito à federação que mande os nossos jogos ou no Nilton Santos ou até mesmo em São Januário. Eu considero um desrespeito que a gente jogue ao lado do hospital de campanha neste momento. Aí você vai me perguntar: mas e mais à frente? Aí eu tenho contratos a cumprir.

– Eu sou obrigado contratualmente a jogar pelo menos 30 partidas no Maracanã. Quando retornar o Campeonato Brasileiro, no final de julho ou início de agosto, em razão do cumprimento do contrato a gente, poxa, talvez tenha que jogar. Mas nesse momento, no pico da pandemia, eu acho ruim jogar no Maracanã, desrespeitoso, poderia esperar mais para voltar ao Maracanã.

Até o momento, o Fluminense já mandou em 2020 oito jogos no Maracanã (seis pelo Carioca, um pela Copa do Brasil e um pela Copa Sul-Americana). Mas o clássico de portões fechados contra o Vasco na Taça Rio, como o clube tricolor bancou a maior parte dos custos para manter a partida no estádio – Vasco queria levar para São Januário –, ele também entra na conta.

Como o Fluminense tem pelo menos mais 21 jogos para disputar na temporada com o mando de campo, sendo a final da Taça Rio, os 19 pelo Campeonato Brasileiro e um pela Copa do Brasil, o clube conseguirá cumprir a meta do contrato. Porém, como o Brasileirão irá terminar só no ano que vem em função da pandemia, o compromisso com o Governo do Rio precisará ser renovado. (Globo Esporte)