Sebastian Vettel quebrou o silêncio sobre os detalhes de seu rompimento com a Ferrari durante a coletiva de imprensa do GP da Áustria. E no encontro entre imprensa e gestores, Mattia Binotto, chefe da equipe italiana, também trouxe o assunto à tona, justificando a decisão da escuderia com as mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus.
– Falamos com ele no inverno, privada e publicamente, que ele seria nossa primeira opção. Nossa posição não mudou, e Seb era nossa primeira escolha. Os regulamentos foram adiados de 2021 para 2022, o que foi importante para nós. Os carros foram praticamente congelados de 2020 para 2021, então podemos dizer que toda a situação mudou. Durante a pausa, nós, como Ferrari, tivemos que considerar nossa posição. Nós tomamos a decisão e essa foi a decisão – foi nossa responsabilidade, e comunicamos a ele – explicou Binotto.
Após rumores de que a Ferrari tentava negociar uma renovação mais curta – e mais barata – com Vettel, a equipe anunciou o fim da relação com o piloto a partir de 2021, confirmando o espanhol Carlos Sainz, da McLaren, como seu substituto. Na ocasião, nenhum dos envolvidos deu mais detalhes sobre o rompimento, o que mudou durante a semana no Circuito de Spielberg, na Áustria:
– Obviamente foi uma surpresa pra mim quando recebi a ligação de Mattia (Binotto) e ele me disse que não havia intenção do time de continuar comigo. Nunca tivemos qualquer discussão. Nunca houve uma oferta na mesa e portanto, nenhuma discordância – disse Vettel durante a coletiva de imprensa desta quinta-feira.
Vettel na coletiva de imprensa do GP da Áustria — Foto: Mark Sutton/AP
Binotto confirmou que o tetracampeão se surpreendeu ao receber a notícia de que não teria seu contrato renovado e acredita que Vettel “não esteja feliz” até agora com a situação. No entanto, teceu elogios ao piloto alemão, que ainda vai disputar a temporada 2020 ao lado de Charles Leclerc, cujo contrato foi estendido até 2024:
– Eu ouvi que ele ficou surpreso, e do que eu me lembro, eu diria que sim, certamente. Eu compreendo isso, seria muito normal estar surpreso. Acho que até hoje ele não está, digamos, totalmente feliz com isso, o que é algo normal e óbvio. Foi um grande período. Cinco anos, seis com a temporada atual. Ele é um grande campeão e de igual modo uma grande pessoa. Acho que todos na Ferrari, nossos fãs e as pessoas que trabalham internamente, amaram o tempo com ele. É algo que nós respeitamos profundamente. Eu pessoalmente aprecio muito ele como pessoa e como perfeccionista, isso não mudou.
ARTE HORÁRIOS GP DA ÁUSTRIA 2 — Foto: Infoesporte
(Globo Esporte)