Fim de semana na Chapada com muitos amigos, jantares nas casas das amigas na segunda, futebol com os parceiros na quarta, uma cervejinha “rápida” na casa do irmão, com primos e cunhados na sexta, uma volta de lancha com a turma no Manso, no domingo. Em tempos normais, eu poderia chamar esses cenários de confraternização. Mas nos novos tempos, isso se chama aglomeração. Vou além: chama-se desrespeito.

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A ausência destes cuidados fez ganhar força a sugestão de lockdown como solução para estancar o aumento expressivo de número de casos de Coronavírus em Cuiabá. Lockdown, expressão em inglês se tornou tão popular que até os cuiabanos mais tradicionais já aprenderam a pronunciar. Mas, infelizmente, a maioria, não está apta a aprender como cumpri-la.

Lockdown significa confinamento ou fechamento total das ruas. Isto é: a proibição total de deslocamentos pelas ruas e de abertura do comércio.  Somente os serviços considerados essenciais continuarão a ser ofertados.

É certo optar pelo lockdown quando todos os recursos de combate foram esgotados. Mas me diga, em Cuiabá, lockdown para quê se a maioria da população está achando que home office é oportunidade de fazer festas e reuniões sociais privadas? Ah, é na minha casa. Ou, o rio é privado, então posso colocar 20 pessoas lá.

Nos bairros, os pequenos comerciantes tem o dever de exigir o uso da máscara em seus estabelecimentos e a obrigação de oferecer álcool em gel na entrada – mas não vejo esse cuidado, essa preocupação em outros lugares.

Lockdown para quê se grupos da nossa sociedade fazem chacota do isolamento social e festas cujos nomes são um deboche ao coronavírus. Meu amigo, minha amiga, a festa que seu filho foi no final de semana pode estar levando o vírus para dentro da sua casa. Pode ser a sentença de morte dos seus pais e até a sua.

Sim, eu sou contra o lockdown e a favor da conscientização. O lockdown vem para sacrificar os pequenos e grandes empreendedores e judiar dos trabalhadores. Sou a favor do trabalho e de fazer a economia girar. A favor de não deixar ninguém passar fome nesta Capital. A favor da saúde mental dos empresários, empreendedores e também dos trabalhadores que estão perdendo seus empregos.

Fique em casa se puder. Faça o home office se puder. Faça isolamento social quando der. Vá ao mercado, à farmácia, ao shopping e faça suas compras de forma objetiva e rápida. Volte para casa e cumpra todos os cuidados do protocolo de segurança recomendados.

Entre os cuidados estão usar máscara, passar álcool em gel 70% nas mãos sempre que exposto a lugares externos, tirar os sapatos aentes de entrar em casa, trocar as roupas, etc.

O vírus somente será enfrentado com conscientização. Não joguem essa responsabilidade na conta do Poder Público e nem na mesa de quem está trabalhando com 20% da capacidade, ganhando o mínimo para sobreviver.

Se não houver conscientização, lockdown para quê? As festinhas “privadas” vão continuar no lockdown. As reuniões familiares vão continuar. A falta de respeito vai continuar.

A maior ameaça neste momento é a falta de empatia. Jamais vamos vencer este vírus sem a conscientização do importante papel que todos nós temos de desempenhar: o isolamento social quando puder e cumprir as normas de segurança prioritariamente.

*MISAEL GALVÃO OLIVEIRA é vereador e atual Presidente da Câmara de Cuiabá (MT) 

CONTATO:    www.facebook.com/MisaelGalvaoMT/