Um estudo do CIES Football Observatory (Centro de Estudo Internacional do Esporte) divulgado nesta segunda-feira colocou o Brasil entre os piores índices no mundo no que diz respeito à troca de treinadores.
A Série B do Brasileiro é o campeonato em que um técnico fica menos tempo no cargo: são 122 dias em média, basicamente quatro meses. A Segunda Divisão da Turquia (124 dias) e a elite da Letônia (134) vêm logo atrás.
A Série A do Brasileirão não ficou tão distante: é a 17ª, com um treinador a cada 168 dias (cinco meses e meio).
No outro extremo está a liga do País de Gales, com um técnico em média a cada 943 dias. A primeira divisão da Suécia (890) e a Super League da Suíça (701) completam o pódio.
A análise do CIES levou em conta 1.646 times de 110 ligas em 79 países até o dia 1º de junho. A média na ocasião era de 480 dias, porém, o valor mediano é de 301 dias (a diferença se dá por conta dos treinadores que estão há muito tempo no cargo).
O principal nome para esta lacuna se chama Bruno Luzi, que está no comando do Chambly, da Segunda Divisão Francesa, por 19 anos (6.910 dias). Outros oito treinadores também passaram de uma década no cargo, entre eles o brasileiro Ricardo “Tuca” Ferretti, no Tigres, do México, desde 2010.
Ramon Menezes foi a última troca na Série A: ele assumiu o Vasco no fim de março — Foto: Carlos Gregório /Vasco.com.br
Idade
A Série A do Brasileirão é a 13ª liga com maior média de idade entre os treinadores (52,01 anos). O português Jesualdo Ferreira, do Santos, puxa a fila com 74,07 anos – ele é o segundo mais velho entre todos em atividade no mundo, só atrás do turco Hamdi Yilmaz, do Keçiörengücü (Segunda Divisão Turca), com 74,47 anos.
O mais jovem é Ole Martin Nesselquist, do Strommen, da Segunda Divisão Norueguesa, que fará 27 anos nesta quarta-feira, dia 24 de junho.
Estrangeiros
Ao todo, 28,3% dos treinadores empregados em 1º de junho de 2020 nasceram em outro país. Esse percentual é maior do que o medido entre jogadores nas mesmas 110 ligas: 24,7%.
Na elite do futebol brasileiro, 21,1% são estrangeiros (a liga é a 72ª colocada no quesito), enquanto a Série B não registra nenhum treinador de fora (assim como outras 13 ligas).
Arábia Saudita (93,8%), Emirados Árabes (92,9%) e Catar (91,7%) são os líderes.
Quando o tema é expatriados, a Argentina se destaca. Num segundo estudo, com 1.875 clubes de 128 ligas e 91 países, há 68 técnicos argentinos trabalhando no exterior (em 22 campeonatos diferentes), contra apenas 16 do Brasil (9º colocado, em oito campeonatos diferentes).
A maioria dos argentinos está em países da América Latina: Chile (11), Peru (7) e Equador (6) se destacam. No Brasil há dois: Jorge Sampaoli (Atlético-MG) e Eduardo Coudet (Internacional). Na Europa, três: Hernán Losada (Beerschot, da Bélgica), Diego Simeone (Atlético de Madrid, da Espanha) e Marcelo Bielsa (Leeds, da Segunda Divisão Inglesa).
No Atlético de Madrid desde 2011, Diego Simeone é um dos três argentinos empregados na Europa — Foto: Reuters/Carl Recine
(Globo Esporte)