O presidente do Vitória, Paulo Carneiro, comentou nesta segunda-feira sobre o clube não ter repassado ainda às atletas o valor de R$ 120 mil dado em abril pela Confederação Brasileira de Futebol aos times que disputam a Série A1 do Brasileiro feminino . Em entrevista à Rádio Sociedade, o dirigente disse que “faz com o dinheiro o que ele quiser e assume a responsabilidade pelos atos”. A realidade das jogadoras do clube já foi mencionada no blog, e o atraso no pagamento chegava a três meses. Procurada, a CBF preferiu não comentar as declarações.

– O Vitória tem um problema muito mais grave do que esse, em nível operacional. Que é conseguir equacionar esse saco de problemas que nós herdamos e que ainda tenho que ouvir gente preocupada com o futebol feminino. Você vai dizer “Paulo, você não se preocupa com o futebol feminino?.” Eu me preocupo com as prioridades do clube. O clube tem prioridades monstruosas, criminosas para absorver e as pessoas estão preocupadas com o que é que o Vitória fez com os R$ 120 mil do futebol feminino. Eu quero dizer que os R$ 120 mil foram dados ao Vitória, sabe? E o presidente do Vitória faz com o dinheiro o que ele quiser e assume a responsabilidade pelos seus atos perante o conselho fiscal. Está aí o balanço publicado. Sabemos o que é melhor para o Vitória e sabemos a hora de fazer, definir as prioridades no rol de problemas que temos enfrentado no clube no dia a dia e que temos que ter muito coração para aguentar – afirmou Paulo Carneiro, à rádio Sociedade.

Em contato com o Dona do Campinho, o diretor jurídico do clube, Dilson Pereira, afirmou que a declaração do presidente seria mais em tom de desabafo pela situação financeira da equipe baiana. Segundo Pereira, o Vitória encontra-se em situação pré-falimentar, baseando-se em auditoria feita. O diretor coloca que o time está tentando apenas fazer caixa para garantir uma melhor situação já que ocorreu, de acordo com ele, até mesmo a quebra de patrocínio. Em seguida, pretende pagar o que deve ao grupo do feminino.

– Todo o pagamento do futebol feminino será feito. Só estamos fazendo caixa. O clube está em uma situação pré-falimentar. Em um futuro próximo pode não conseguir exercer suas funções. É uma situação delicada – afirmou Dilson Pereira.  (Globo Esporte)