A relação de Mike Tyson com a maconha vai bem além do lucro. Dono de um império de plantação da cannabis, o pugilista, que ensaia o retorno aos ringues, costuma usufruir do próprio produto para fins recreativos. E não costuma poupar. Ao lado de Eben Britton, ex-jogador de futebol americano, advogado ligado à legalização da maconha e também apresentador de seu podcast, Tyson revelou que fuma uma parte considerável da plantação em seu rancho.
– Quando nós fumamos por mês? São US$ 40 mil (cerca de R$200 mil) por mês? Isso, são US$ 40 mil por mês – afirmou Tyson durante a gravação de seu podcast.
– É um estilo de vida – completou.
Mike Tyson e seu império da maconha nos EUA — Foto: Reprodução / Instagram
Mike Tyson, de 53 anos, teve inúmeros problemas financeiros e judiciais ao longo de sua carreira como esportista. Mas foi justamente através da maconha que conseguiu se reerguer.
O pugilista se valeu do fato que o consumo para fins recreativos é liberado no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, desde 2018, e investiu, através da “Tyson Holistic”, em produtos relacionados à maconha. A subsidiária mais conhecida desse conglomerado é o “Rancho Tyson” (“Tyson Ranch”). Hoje, somente três estados (Idaho, Nebraska e Dakota do Sul) proíbem qualquer tipo de uso. Em 15 estados americanos, o uso foi descriminalizado. Ao todo, são 11 estados onde a maconha é completamente legalizada, tanto para fins medicinais quanto recreativos.
– Cannabis é um remédio. Nesse momento da inteligência mundial, nesse momento da vida, deveriam saber que cannabis não é uma droga. Independentemente da punição que nos dão, não podemos parar de usá-lo. Não vamos parar – falou Tyson em uma entrevista à revista canadense “Kind”.
Tyson ainda pretende expandir seus negócios relacionados à cannabis: quer abrir um resort com hotel, spas, pousadas. Tudo ligado à erva. Além disso, quer sediar festivais anuais sobre maconha nesse local (e tem como objetivo rivalizar com o famoso Coachella) e fundar a “Universidade Tyson”, com cursos agrícolas para ensinar os alunos a cultivar a planta.
– Eu estive lutando contra isso por 20 anos, e meu corpo tem muito desgaste. Eu tive duas cirurgias e usei a marijuana para acalmar meus nervos, e levou a dor embora. Mas, antes disso, eles me colocavam nesses opiáceos, e os opiáceos me prejudicavam muito – disse.
Iron Mike contou também que ele não cultiva a maconha que utiliza nos produtos da “Tyson Holistic”. Apesar de ser o cabeça de um império, o pugilista conta com fornecedores e é responsável pelo controle de qualidade: ele insiste que as cepas sejam cultivadas em ambientes fechados, colhidas com base na maturidade, curadas por 30 dias para garantir flavonoides naturais, aparados à mão, livres de pesticidas e testados em laboratório. Assim, gera um selo que atesta essa qualidade.
Como é a legislação brasileira
Diferentemente de alguns estados dos Estados Unidos, o uso recreativo da maconha não é permitido no Brasil, apesar de, desde 2006, não haver mais a pena de prisão ou reclusão para o consumo, armazenamento ou posse de pequena quantidade de drogas para uso pessoal. Também não há pena de prisão para quem “para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância”.
No entanto, se a pessoa for flagrada com grande quantidade de maconha – o delegado ou autoridade policial tem o poder de definir isso -, ela pode ser presa em flagrante. Após a detenção, o réu responderá por tráfico de drogas, podendo pegar uma pena de cinco a 15 anos de reclusão. (Globo Esporte)