A intenção do Santos foi preservar empregos, mas o corte de 70% dos salários, sem acordo prévio com os atletas, causou a mais polêmica e nervosa negociação entre os vinte clubes da Série A. Nem mesmo no São Paulo, onde nas primeiras semanas depois da paralisação houve o anúncio de 50% de desconto nos salários, sem o elenco concordar, nem nesse caso houve tanta revolta quanto na Vila Belmiro. As informações são do especialista em futebol e jornalista PVC.

Os cortes de salários terão 33% de devolução, mas apenas na rescisão dos contratos. Diferente do São Paulo, que promete pagar em parcelas a partir do final da paralisação.

Isto porque os jogadores sugeriram 30% de diminuição, sem cortar de funcionários, e a tentativa de acerto andou na casa dos 50%, antes do e-mail que anunciou os 70% de descontos no dia do pagamento. A ideia da diretoria foi não deixar ninguém desempregado. Digamos, portanto, que a intenção pode ter sido boa, mas a falta de comunicação causou o maior desconforto entre os vinte clubes da Série A.

Neste momento, é impossível dizer que um clube erra ao cortar despesas. A questão é a maneira como fazer.

Dos vinte clubes da Série A, agora só o Athletico e o Bragantino ainda não cortaram salários nem demitiram funcionários. O Athletico negocia o corte de 25% e, se ainda não foi definido, será em breve. (PVC/Globo Esporte)