O balanço financeiro de 2019 do Atlético-MG ainda está em processo de elaboração para ser apreciado pelo conselho deliberativo. É um documento que ajuda a entender a realidade financeira/administrativa do clube. Sobre o tema, o Galo contratou a Ernst &Young, referência no mercado de consultoria empresarial. O primeiro diagnóstico foi dado para a diretoria alvinegra entender o “tamanho do buraco”: uma dívida global de R$ 700 milhões, sendo que R$ 230 milhões são de ordem tributária, alinhada à adesão do Profut e o parcelamento quitado até 2021.
– A dívida do Atlético, hoje, gira em torno de R$ 450 milhões, mais a dívida tributária, que gira em torno de R$ 230 milhões. A dívida do Atlético beira os R$ 700 milhões. A dívida tributária, que foi feita (a renegociação) pelo Profut… – afirmou o presidente Sérgio Sette Câmara, ao Canal do Nicola, contrapondo o quadro com o patrimônio que o clube terá.
“O clube tem um patrimônio líquido positivo. Agora mais ainda com o estádio. O Atlético vendeu metade do shopping, hoje, o valor já está quase em R$ 300 milhões. E vai ter um estádio de R$ 500 milhões, R$ 550 milhões. O que significa dizer que vamos ter um aumento de patrimônio em torno de R$ 250 milhões. Tem clubes que estão muito endividadas e sem patrimônio, isso que é preocupante”.
O Profut prevê descontos das parcelas em regras específicas. Por exemplo, as 24 primeiras sofrem redução de 50%; desconto que cai para 25% entre a 25ª e a 48ª parcela. O Atlético quitou diferentes parcelas do refinanciamento. Há parcelas quitadas até setembro e dezembro de 2021, e outras pagas até dezembro de 2023. Sem os descontos, o Galo terá um gasto de R$ 1 milhão mensal no futuro para abater a dívida total relativa a impostos.
Bernard comemora gol pelo Everton, da Inglaterra; jogador foi vendido pelo Galo em 2013 — Foto: Reuters
– Entramos no Profut, e aí houve reduções naturais de quem aderia ao parcelamento. O Atlético deixou de pagar as primeiras parcelas, durante dois, três anos, e só volta a pagar em janeiro de 2021, porque houve, na época da venda do Bernard, um bloqueio por parte da Justiça Federal, a pedido da Procuradoria da Fazenda, e uma parte do dinheiro do Bernard foi bloqueado, e o Atlético não teve como ter acesso a esse valor, e aí foi uma negociação bem feita pelo nosso departamento jurídico que, ao invés de deduzir da dívida tributária do clube, fez uma antecipação das parcelas de 2015, foi fechado na época que o Daniel (Nepomuceno) era o presidente do clube. De 2015 até 2021 sem o pagamento da parcela, que é um parcelamento muito longo. Esse é o endividamento do clube.
Estudo financeiro
Em 11 de dezembro de 2019, o Atlético anunciava parceria com a Ernst & Young, empresa especializada em prestar assessoria empresarial, que ajudou o Flamengo a colocar a casa em ordem. Segundo Sette Câmara, o clube recebeu um retorno da empresa e, agora, passará para a fase de “estruturação”.
– O diagnóstico ficou pronto não tem muito tempo. É, óbvio, uma situação preocupante em termos de endividamento, como é em muitos clubes do Brasil. A primeira coisa que importa é saber o tamanho do buraco, e aí começo a estudar a solução. Quando você não conhece o tamanho do buraco é um problema. Hoje sabemos. A Ernest & Young encerrou a primeira fase. Nós vamos partir agora pra segunda fase, que é de estruturação. Um trabalho que ela fez no Grêmio, no Flamengo, no Athletico-PR… Está agora conosco. (Globo Esporte)