Ao redor de Cuiabá, podemos encontrar uma grande quantidade de chácaras, sítios e pequenas fazendas. É tradição entre as famílias cuiabanas ter um lugar no mato, para cultivar, criar e reunir as famílias nos fins de semanas.
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E mesmo ter uma qualidade de vida voltada para o lazer com: pescarias, banho de córrego e andar a cavalo, desenvolver pequenas roças de banana, milho, mandioca, criar galinha caipira, cabrito, leitoa e algumas vaquinhas de leite, tudo é produzido para o consumo e o bem viver, sem usar venenos ou agrotóxicos, sem invadir propriedade do alheio, sem olho gordo nos vizinhos, nem pensar em acumulação desenfreada como se ao morrer pudesse levar tudo para o mundo das almas.
Nessas chácaras são realizadas grandes festas ao “Santo de Devoção”, com rezas e danças de cururu e siriri, jogos de truco espanhol, e é ali, que as famílias tradicionais cuiabanas transferem os conhecimentos, sobre as culinárias tradicionais, os bolos e os doces, ali no fogão de lenha, prepara-se: o “ensopadon”, o “reviradon”, o sarapatel e costelinha de Porco caipira com arroz; a farofa de banana e no Forno à lenha prepara-se: o assado de cabrito; a cabeça de boi estorricada e o bolo de arroz cheirando até lá na vizinhança.
São preparadas as comidas de sabores mais cuiabano do que nunca, ali na mesa grande do sítio as famílias contam histórias e perpetuando as tradições deste povo nascido no Centro da América do Sul com muito orgulho.
As experiências de vida são passadas de pai para filho, fica sempre a filosofia do prazer de viver a vida. E nessa conversa fala-se de coisas boas, é como se estivessem preparando um cálice de sabedoria e propagandeando a realização em torno dos pensamentos positivos, a maior missão dos pais cuiabanos é formar os filhos com um curso superior, como: médico, advogado, economista, engenheiro, etc.,
Os filhos mesmo depois de graduados ficam a ouvir as velhas histórias contadas pelos antecessores cuiabanos, e ao amanhecer nas varandas dos sítios toma-se o “guaraná ralado na grosa”, escutando os pássaros na cantiga do amor animal celebrando a beleza de cada dia que chega, até sair a primeira refeição do dia: o famoso “quebra torto”.
Ainda hoje me lembro das histórias contadas pelo meu querido pai “Joaquim Saçurana” e uma delas reproduzo aqui, é sobre a caso do Porco Caititu: essa raça de animal que anda sempre em bando, a procurar roças, principalmente as de milho, e quando o bando entra numa roça, faz um estrago danado.
– Um morador vizinho vindo de outras plagas, na sua filosofia de acumular e nunca repartir, vendo sempre sua plantação parcialmente destruída pela invasão dos Caititus, o fazendeiro ganancioso, fez uma armadilha e conseguiu pegar um porco, e com toda a raiva do mundo pegou-o e aos gritos dizia: “porco safado” prepare-se para morrer.
E sem dó, colocou um litro álcool sobre o corpo do animal e em seguida tacou fogo, este porco saiu em desabalada carreira e entrou na roça de milho e como as palhas estavam secas, o fogo destruiu toda roça do malvado fazendeiro, em um lapso de hora.
Na vida temos que saber que é melhor dar um pouco do que se tem, do que querer acumular tudo que se produz. Sempre que fazemos uma malvadeza ela volta a nós mesmo com a mesma intensidade e rapidez.
A natureza não vinga simplesmente ela coloca as coisas no eixo e no trilho da vida, é muito importante saber que somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos.
Fica a certeza que a raiva volta-se contra a quem faz o uso dela, a raiva não é amiga de ninguém, e quando ela cobra um preço, é muito alto e agourento, o mal sempre volta contra aqueles que o pratica.
Agora, voltando para a realidade dos noticiários nos meios de comunicação, aparecem às novas notícias de desvios de recursos públicos, nem bem os fatos são apurados e lá vem novas operações da Polícia Federal, são aqueles homens de preto, na guerra contra a corrupção, carregando malas de dinheiros e os componentes de computadores recheados de acordos espúrios. E a fila de gestores desonestos seguem em busca dos portas malas dos camburões pretos da Polícia Federal.
As imagens passam e fica a verdade: A Polícia Federal prende e o Supremo manda soltar. Mas é a lei, ela (a lei) diz que o indiciado tem: endereço certo (mora muito bem); emprego certo (usa colarinho branco como vestimenta de ladrão social); não oferece perigo para a sociedade (assaltam com a caneta) e tem excelente reputação (dinheiro sujo para pagar bons Advogados).
Quantos políticos levam uma vida desenfreada em busca de acumular bens e somar fortunas, se elegem pregando mentiras coletivas, não sabem que estão plantando Cactos que estarão reservados a eles próprios, e que um dia terão que colher e digerir, todas essas maldades coletivas que estão praticando ao desviar recursos públicos, são os recursos que farão falta ao sistema de saúde, ao da educação e ao da segurança pública.
Nessas mentiras coletivas, nesses acertos e desvios de recursos públicos, estão praticando a pior das maldades, pior do que o lavrador, que colocou fogo em um caititu, e perdeu toda a roça, esses políticos estão praticando a pior das maldades, que é maldade coletiva e estão usando o fogo das suas ações traiçoeiras e desonestas nos corpos de milhares de pessoas carentes.
Toda regra tem exceção, mas essas exceções estão ficando cada vez mais raras, os poucos políticos que têm a consciência do bem, da honestidade e da ética estão desaparecendo, e hoje com certeza poucos sabem honrar a confiança em forma de voto que recebem.
Por tudo isso, cabe a nós os eleitores, praticarmos o sistema de expurgo dos políticos de moral suja. Na dúvida não jogue seu voto fora e não seja cúmplice dessa corja políticos malvados.
Eles pensam que são heróis, pensam que são espertos na súcia de enganar e lograr ao povo e esquecem que ao praticar uma malvadeza, ela retorna a eles com a mesma intensidade e rapidez, igual a história do Porco Caititu, eles estão queimando o povo, que padece nas filas dos prontos socorros morrendo a míngua ao desviar recursos da saúde; eles estão queimando o povo ao desviar os recursos do sistema educacional, destruído esperanças de gerações de jovens estudantes e eles estão queimando o povo, ao desviar recursos da Segurança Pública, contribuindo para que centenas de famílias cuiabanas sejam atemorizadas pelos assaltantes, cada semana somam-se mais casas arrombadas e invadidas, mais amigos são assassinados através da mira de um revolver disparado por um covarde (geralmente menor entupido de drogas).
Para mudar esse quadro, só nos resta uma saída: não votar em políticos que estão sendo investigados ou condenados por desvios de recursos públicos.
A sua arma é pacífica e silenciosa, sua arma é o seu voto.
*WILSON CARLOS FUÁH é economista; especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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