Artilheiro da última Série B, o atacante Guilherme ainda deixa saudades para o torcedor do Sport. Vendido em janeiro ao Al-Faisaly, da Arábia Saudita, ele também não esconde um certo saudosismo ao falar da vida no Brasil, sobretudo em tempos de quarentena na Ásia. De férias e sem condições de conseguir um voo de volta, ele disse que os organismos responsáveis estão procurando um jeito, nem que seja fretar um avião para os jogadores brasileiros.
– Estou numa agonia aqui. Estamos liberados para ir para ir ao Brasil, os jogadores podem ir para os seus países. Só que os aeroportos daqui estão fechados. A junta brasileira aqui, com o Ministério dos Esportes e os presidentes, estão vendo um meio. Talvez fretem um avião. Porque tem muito brasileiro aqui na Arábia. Eu já estou de férias, eles pensam em voltar em agosto com o futebol. Acredito que aqui estou um pouco mais seguro que no Brasil, mas nada como a nossa casa.
O ex-atacante de Grêmio, Botafogo e Sport explica que as restrições no país começaram cedo e, aliado ao fato de o país já ter tirado lições de outras epidemias, a Arábia Saudita tem tido bons resultados no enfrentamento do vírus.
– Quando começou na China, aqui na Arábia já começaram as restrições. Aqui tem seus casos, mas não tão numerosos, porque a turma está fazendo a sua parte. O árabe tem ”casca” no assunto, pois já sofreu com uma pandemia no passado (Sars).
“Além do constante medo de sofrer um ataque biológico, eles se cuidam por conta própria. Existe uma flexibilidade maior que o Brasil, mas o povo aqui abraçou o isolamento, eles têm a consciência que precisam fazer sua parte”.
Apesar de a população local fazer sua parte, há um toque de recolher aqui, e a polícia tem restringido a circulação apenas para atividades essenciais.
– Não pode sair de casa se não for por algo muito importante: mercado, farmácia, tem que entrar num site e pegar uma autorização. Porque vai ser parado e tem que mostrar a solicitação para a polícia deixar seguir. Aqui onde eu moro ainda não tá 24h. Fica das 15h até as 6h.
Artilheiro da Série B e um dos grandes nomes do acesso do Sport no ano passado, o atacante falou da saudade que tem do Recife e citou seus três grandes gols com a camisa rubro-negra.
– Sem duvidas, os dois últimos os dois contra a Ponte. Pela atmosfera que foi criada na ilha, jogo difícil, perdendo por 1 a 0, toda aquela pressão, acho que foi uma noite memorável. Esses dois e o da final de pênalti, pelo Pernambucano, contra o Náutico. Eu machuquei naquele jogo, mas mesmo com muita dor eu bati o pênalti. O Hernane não estava mais, eu bati e logo depois fui substituído… Acho esses gols aí – concluiu o atacante.
Guilherme diz que futebol local deve voltar só em agosto — Foto: Reprodução / Instagram
(Globo Esporte)