O avanço dos trilhos da Ferronorte em Mato Grosso, saindo de Rondonópolis e, prioritariamente, chegando a Cuiabá – para em seguida os trilhos irem para o Norte do Estado – deverá ganhar contornos mais sólidos a partir desta terça-feira, 14. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidirá, em reunião de colegiado, sobre o pedido de prorrogação antecipada do contrato de concessão da Ferrovia Malha Paulista, para viger até 31 de dezembro de 2058, nos termos previstos na Lei 13.488, de 5 de junho de 2017.

“Este é um momento importante para a infraestrutura de transporte no Brasil, em especial para Mato Grosso. Confirmando, será um dos maiores saltos logísticos para o país” – frisou o senador Wellington Fagundes (PL-MT), presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi). Segundo ele, os investimentos na parte paulista da ferrovia removerão gargalos que possibilitará ampliar a capacidade de transporte.

A prorrogação imediata da concessão da ferrovia vai permitir a antecipação de investimentos que visem à mitigação dos conflitos urbanos existentes e aumentar a capacidade de carga transportada. Estão previstos recursos para a realização de intervenções urbanas (R$ 2,6 bilhões), melhoria da infra e da superestrutura ferroviária existente (respectivamente, R$ 822 milhões e R$ 2,2 bilhões) e aquisição de locomotivas e vagões (R$ 1,1 bilhão para cada), entre outros investimentos de valores menores.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) prevê que, sem a realização de investimentos imediatos, a demanda ficará restrita a 30 bilhões de toneladas por quilômetro-útil até o ano de 2029. Com a realização de investimentos imediatos, a demanda passaria a crescer já a partir deste ano, chegando a aproximadamente 44 bilhões de toneladas por quilo em 2024 e estabilizando nesse valor até o final da concessão.

Wellington ressaltou que que a ferrovia Vicente Vuolo tem papel estratégico para Mato Grosso e para o Brasil. Estudos realizados pela Empresa de Planejamento de Logística (EPL), indicou que a extensão da ferrovia de Rondonópolis até Cuiabá deve aumentar a capacidade de escoamento do modal em 8 milhões de toneladas por ano. A capacidade atual é de 15 milhões de toneladas.

O tempo médio de percurso, segundo o senador, no lado da Malha Norte é de 25 horas e 20 minutos. Por outro lado, o tempo percorrido, na Malha Paulista, é 59 horas e 44 minutos, o dobro devido principalmente aos gargalos no trecho de Campinas até Santos principalmente. Já o consumo médio de diesel, por um milhão de tonelada, enquanto na Malha Norte, que é esse trecho de Rondonópolis até Aparecida do Taboado, é de 2,8 litros, na Malha Paulista é de 4,1, também aproximadamente quase o dobro.

A configuração da ferrovia, após alterações em seu objeto, passou a ter 1.989 km divididos em bitola métrica (243 km), bitola larga (1.463 km) e bitola mista (283 km), contando com linha tronco (entre Rubinéia, na divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul, e Santos – trecho de aproximadamente 920 km) e os seguintes ramais: Panorama (540 km – parcialmente inativo), Piracicaba (45 km – inativo), Colômbia (245 km – parcialmente inativo), Cajati (214 km – inativo) e Varginha (25 km – inativo).

Esta é a primeira vez que o Governo Federal propõe prorrogar antecipadamente um contrato de concessão ferroviária, havendo previsão de, se aprovada, efetuar, na sequência, as prorrogações antecipadas de outros contratos. Antes da decisão final do ANTT, o processo foi aprovado, sob condicionante, pelo Tribunal de Contas da União.

Líder do Bloco Vanguarda, senador Wellington Fagundes, destaca que participação do Congresso na elaboração do Orçamento busca regionalização do desenvolvimento