O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou um cenário de extrema dificuldade para aquisição de insumos básicos de proteção contra o novo coronavírus e recomendou à população que faça sua própria máscara de proteção, com tecido e elástico.
Artigos de especialistas publicados nos jornais The New York Times e no The Washington Post recentemente revelam que países que adotaram a precaução tiveram redução da disseminação. Tanto assim que Mongólia, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan, onde a população já tem o costume de usar máscara nas ruas, estão com o surto sob controle.
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Em Cuiabá, vale a pena também seguir a recomendação pois as unidades de saúde precisam de máscaras específicas e as de pano para os comunitários (população) podem funcionar como barreira. Além de ser fácil e barato de fazer, a limpeza da máscara de pano com água sanitária é acessível.
O uso de máscaras pela população em geral para reduzir o contágio do novo coronavírus também ganha força entre países da Europa e nos Estados Unidos. No começo, a avaliação que se tinha era de que a proteção proporcionada pela máscara para quem não estava doente era discreta e, pela falta do produto, era mais importante indicar o uso aos profissionais de saúde.
No entanto, como o um vírus se mostrou mais transmissível do que se imaginava, é possível que o contágio ocorra mesmo a metros de distância, já que os estudos mostraram que gotículas expelidas podem “boiando” no ar por 2 a 6 metros de distância, isso mesmo, 6 metros.
Porém é importante seguir algumas recomendações quanto ao uso da máscara: que ela tenha tamanho apropriado ao seu rosto, cobrindo nariz e boca; não fique tocando-a com as suas mãos e ao retirá-la, faça pelo elástico e a leve para lavar imediatamente.
O uso de máscara não dispensa as outras regras de higiene para conter esta pandemia que são: lave a mão com água e sabão; utilize álcool em gel quando não for possível lavar as mãos; mantenha distanciamento de no mínimo 1,5 metro de outra pessoa; evite aglomeração; ao espirrar, cubra as vias respiratórias com o cotovelo e não use as mãos. O cuidado com você e com o outro é primordial nesta fase.
Provavelmente alguns profissionais vão retomar suas atividades de maneira gradativa, intensificando em todos nós a atenção com essas regras que valem vidas.
Embora o distanciamento social se confirmou como método eficaz de contenção da transmissão e achatamento da curva de progressão dos casos, muitos setores da economia precisam retomar suas atividades para não prejudicar ainda mais o que estamos vivendo. Os alimentos precisam chegar, a produção de medicamentos precisa continuar.
Neste instante, pois a cada notícia oficial sobre o coronavírus as decisões se modificam, o desafio é não sobrecarregar o sistema de saúde e  evitar com que pessoas assintomáticas sejam vetores de transmissão do vírus. E isso significa o comprometimento de cada um de nós. Mesmo nesse caos, o afeto e a solidariedade persistem nos lembrando que somos seres humanos e só juntos vamos superar essa crise.
 *NATASHA CREPALDI PEREIRA é médica especialista e mestre em dermatologia, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), da American Academy of Dermatology (AAD), e da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV).