Após recusarem a segunda contraproposta feita pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás (Sinapego), que sugeriu redução de 20% nos salários dos jogadores durante a paralisação do futebol por conta da pandemia de coronavírus, Atlético-GO, Goiás e Vila Nova decidiram partir para a negociação individual.

Os três clubes, que antes propuseram conjuntamente a redução de 50%, irão dialogar diretamente com os líderes de seus elencos para tentar encontrar um consenso. Goiás e Vila Nova já haviam sinalizado com essa postura na última sexta-feira. No fim de semana, o Atlético-GO também decidiu seguir o mesmo caminho e endossá-la.

– O clube vai conversar com as principais lideranças do grupo para tentar entender as dificuldades e ver como podemos chegar a um bom termo. A contraproposta do Sindicato foi descartada. O Atlético-GO já está sem seus três patrocinadores. Não é razoável reduzir apenas 20% dos salários – disse Paulo Henrique Pinheiro, advogado do Dragão.

Apesar da conversa individualizada, cada diretoria tentará definir com seu elenco uma porcentagem única que será válida para todos os atletas. Esse número pode variar entre os clubes, mas não entre o grupo de jogadores. O Vila, por exemplo, mantém a posição de reduzir os salários pela metade e espera ter isso definido até 20 de abril, quando terminariam as férias coletivas (podem ser prorrogada por 10 dias).

– Agora vamos aprofundar tratativas diretamente com os atletas, mas reitero a dificuldade do clube. Pela situação, o ideal é reduzir em 50%. Não adianta acertarmos uma redução menor, de 20 ou 30%, e na hora de pagar não conseguirmos cumprir. O clube está sem qualquer receita nesse período – afirmou o advogado Maurilho Teixeira.

Sem cotas de televisão em 2020, Vila defende redução salarial de 50% — Foto: Comunicação/Vila Nova

Sem cotas de televisão em 2020, Vila defende redução salarial de 50% — Foto: Comunicação/Vila Nova

Dyogo Crossara, vice-presidente jurídico do Goiás, ressaltou que a posição do sindicato está distante o que o clube vê como negociável. Mesmo com situação financeira melhor que a dos rivais, o time esmeraldino avalia que o prejuízo com a paralisação é inevitável.

– Não podemos dizer que fechamos as portas, mas, quanto à contraproposta que nos foi feita, ficou inviável a negociação. O Goiás está aberto ao diálogo só se houver um novo entendimento. Do contrário, vamos partir para a negociação individual.

Como em abril os atletas estão de férias, a redução valeria para alguns dias de março (podendo ser negociados), mas, fundamentalmente, a partir de maio. (Globo Esporte)