Há pouco mais de um mês o Afogados surpreendeu o Brasil ao vencer nos pênaltis o Atlético-MG pela segunda fase da Copa do Brasil. Era a maior glória do clube em seus pouco mais de sete anos de existência. Pouco daquela euforia restou, e hoje os atletas vivem a iminência do time ser desfeito. A maioria dos jogadores tem contrato até o dia 30 de abril e nenhum foi procurado pela diretoria.
É o caso do principal herói daquela noite, o goleiro Wallef. Em isolamento em sua casa, na cidade de São José dos Calçados, interior do Espírito Santo, o “goleiro do boné” se diz apreensivo com o futuro próximo.
– O pagamento tá certinho, em dia. Mas fico frustrado porque estava vivendo o melhor ano da minha carreira. Até teve uma procura, mas não falaram de renovação. Meu contrato acaba no fim do mês e não tenho nada, não sei como vai ser – pontuou.
Afogados bate o Atlético-MG nos pênaltis e faz história ao classificar na Copa do Brasil
Daqui a duas semanas haverá uma reunião entre os clubes das quatro divisões do brasileiro e, dentre as pautas, está a prorrogação (ou não) das férias coletivas dos jogadores. Adgergom Brandão, supervisor do Afogados, explica a situação da diretoria.
– Vamos esperar uma posição de como ficará o futebol. Tem essa reunião dos clubes no dia 15… a prorrogação dos contratos depende se o futebol vai voltar logo ou não. Eu acho difícil. Se não voltar, infelizmente vamos encerrar os contratos – lamenta.
O Afogados já havia embolsado R$ 2,7 mi por ter chegado até à terceira fase da Copa do Brasil (o clube segue na competição, mas perdeu o jogo de ida por 3 a 0 para a Ponte Preta em Campinas) e divulgou que usaria o dinheiro na construção de seu centro de treinamento. O plano continua.
– O dinheiro do CT está aplicado, não vamos mexer. Honraremos nossos compromissos com outras fontes de renda, como patrocínios – garante o dirigente do clube, que ainda tem, além do Campeonato Pernambucano, a Série D e o jogo de volta contra a Ponte Preta pela frente. (Globo Esporte)