O Covid-19 ou Coronavírus de Whuan não é a primeira pandemia originária de um mercado chinês. O Sars e a gripe das aves também se originaram de mercados de animais. Esse comércio de animais selvagens exóticos, incluindo aves e animais marinhos, são comercializados vivos e mortos em condições aterrorizadoras e representam um perigo constante na propagação de doenças.
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O Chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, Gao Fu, confirmou: “sabemos agora que os animais vivos vendidos no mercado de peixes são a fonte do vírus”.
Muito provavelmente, o Coronavírus foi detectado em pangolins. Para quem não sabe, o pangolim é um mamífero que se alimenta de formigas, talvez seja a espécie mais traficada em todo o mundo. Há uma grande demanda por pele de pangolim, especialmente para uso medicinal na China, embora sua carne também seja muito requisitada. Mas, será que o vírus do morcego e o vírus do pangolim podem ter se modificado geneticamente antes de se espalhar para os seres humanos?
Para a pesquisadora Yun Jiang, da Universidade Nacional da Austrália, “Pequim não pode semear dúvidas na mente das pessoas sobre a origem do vírus e procurar escapar à responsabilidade pela epidemia”.
O governo chinês prometeu combater mercados ilegais de animais selvagens depois da epidemia do Sars em 2002, mas logo aliviou a implementação dessas regras. Como resultado dessa negligência, os chineses liberaram, em dezembro, um vírus que está fazendo dezenas de milhares de mortos e causando uma recessão global.
De nada adiantou, na ocasião, a coragem de alguns médicos de soar o alarme. A reação da ditadura comunista foi imediata, ordenando a prisão desses médicos, acusados de fabricar e disseminar rumores, inclusive, alguns morreram.
O caso mais marcante foi do médico chinês Li Wenliang, um dos primeiros a identificar a existência do surto do novo coronavírus e de alertar as autoridades. O jovem médico, 34 anos, foi um dos oito médicos que a polícia chinesa investigou sob acusação de “espalhar boatos” relacionados ao surto. O Dr. Li Wenliang recomendou aos companheiros de trabalho que usassem equipamentos de segurança para evitar a infecção, pois, o hospital no qual trabalhava já tinha recebido sete casos de infecção com sintomas graves.
Junto com os colegas, Li Wenliang foi convocado pela polícia e forçado a assinar uma carta na qual prometia não divulgar informações sobre a doença. Li Wenliang morreu deixando uma filha de cinco anos.
Um estudo da Universidade britânica de Southampton concluiu que a China poderia ter evitado 95% das infecções se tivesse implementado medidas duras naquele momento inicial. Mas, o regime comunista tomou ações decisivas para conter o vírus somente 30 dias depois.
Quantas vidas teriam sido salvas se a China tivesse escutado os especialistas em vez de os silenciar? Não há como negar nesse episódio sinistro, a negligência, também, da Organização Mundial de Saúde (OMS) que foi cúmplice nesta pandemia global. Afinal, desde o início, a OMS teceu elogios cegos à resposta chinesa, ignorando a desonestidade do regime e a falta de escrúpulos. Até 11 de março, a OMS se recusou a declarar pandemia.
Sabemos agora o quanto a China e a OMS estavam errados. Com imunologistas e especialistas médicos dizendo que a decisão de fechar as fronteiras foi crucial para diminuir a propagação da doença, quantos outros países teriam fechado as suas fronteiras se a OMS tivesse encorajado o fechamento em vez de o condenar?
Quantas vidas teriam sido poupadas, quanto sofrimento de crianças e idosos poderiam ser evitados se a OMS tivesse feito o seu trabalho de maneira isenta.
Essa é uma dura lição a todo o planeta. Será que vamos aprender desta vez?
*VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá-Várzea Grande.
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