Robert Scheidt se encantou pelos Jogos Olímpicos quando assistiu à vitória de Joaquim Cruz nos 800m na edição de Los Angeles 1984. Já praticante de vela, o ainda jovem paulistano, à época com 11 anos, viu-se tomado por uma euforia que parecia não entender graças àquela medalha de ouro. Botou na cabeça que, dali a alguns anos, seria ele a brilhar naquele megaevento esportivo.

Pelo currículo e por sua trajetória, Scheidt foi eleito pelo super júri de Os Maiorais, série especial do Esporte Espetacular e do GloboEsporte.com, como maior atleta olímpico brasileiro em todos os tempos. O velejador recebeu três votos em dez possíveis e ficou à frente de Adhemar Ferreira da Silva (2), Giba (1), Sheilla (1), Torben Grael (1), Joaquim Cruz (1) e Oscar (1), que também foram votados.

A ambição moveu Scheidt por entre os mares e os pódios até que se ele tornasse o atleta brasileiro mais condecorado em Jogos Olímpicos. Da estreia em Atlanta 1996, o velejador colecionou cinco medalhas, das quais duas de ouro (1996 e 2004), duas de prata (2000 e 2008) e uma de bronze (2012), além de um quarto lugar nos Jogos do Rio, em 2016.

O mais incrível é que Scheidt ainda não terminou sua caminhada em Olimpíadas. Aos 46 anos, ele já está classificado para os Jogos de Tóquio, que serão realizados em 2021.

Votação Maiorais - Infografia
Votação Maiorais – Infografia

O ATAQUE CERTEIRO DE SHEILLA

Sheilla vôlei Maiorais - FIVB
Sheilla vôlei Maiorais – FIVB

Sheilla, uma das principais atletas do Brasil em todos os tempos, concorreu como a maioral do país na série promovida pelo GloboEsporte.com e o Esporte Espetacular. E, com uma votação expressiva, acabou eleita pelo público a maior atleta olímpica do Brasil em todos os tempos, com 40% dos votos populares. Vencedor no Esporte Espetacular, Scheidt também se mostrou firme na votação, na segunda colocação, com 31%.

O vôlei feminino brasileiro estava combalido com as sentidas derrotas para a Rússia na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, para a mesma rival na final do Campeonato Mundial de 2006 e para Cuba na decisão dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Com as jogadoras e o técnico José Roberto Guimarães tachados de “amarelões”, o desafio era dobrado às vésperas das Olimpíadas de Pequim.

Contra muitos prognósticos, a seleção feminina foi soberana nos Jogos da China e levou a medalha de ouro com apenas um set perdido. Em uma equipe com tantas craques, uma jogadora se diferenciou pela classe e poder de decisão incríveis: Sheilla Castro. A oposto liderou a seleção não apenas ao ouro em Pequim, mas também ao bicampeonato olímpico em Londres – quem se esquece da revanche contra a Rússia, nas quartas de final, com o triunfo por 19 a 17 no quinto set?

Sheilla segue na ativa, atuando pelo Minas Tênis Clube, e está na briga para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram remarcados para 2021 pelo Comitê Olímpico Internacional e pelo governo do Japão. Ou seja, sua trilha de glórias ainda pode ir além.

OS CANDIDATOS

Adhemar Ferreira da Silva
Primeiro e único bicampeão olímpico consecutivo do Brasil, foi ouro no salto triplo nos Jogos de Helsinque 1952 e de Melbourne 1956. Inaugurou uma tradição nacional na prova que segue até hoje e passou por Nelson Prudêncio, João do Pulo, Jadel Gregório e Almir dos Santos Jr.

Robert Scheidt
Maior medalhista brasileiro, o velejador paulistano soma dois ouros, duas pratas e um bronze em seis Olimpíadas disputadas e centenas de títulos internacional na classe Laser, que disputou pela maior parte de sua carreira.

Robert Scheidt Maiorais Maior Atleta Brasil - Divulgação
Robert Scheidt Maiorais Maior Atleta Brasil – Divulgação

Cesar Cielo
Único campeão olímpico da história da natação brasileira, foi ouro nos 50m em Pequim 2008. Além disso, tem mais dois bronzes, um nos 100m em Pequim 2008 e outro nos 50m em Londres 2012. Cielo também é o único tricampeão mundial dos 50m livre em toda a história.

Joaquim Cruz
O meio-fundista levou um ouro nos 800m em Los Angeles 1984, com uma marca excepcional e até hoje forte (1min43s00), e uma prata em Seul 1988. Até hoje é um dos cinco atletas mais rápidos da história nos 800m.

Joaquim Cruz vence votação no Esporte Espetacular - Getty Images
Joaquim Cruz vence votação no Esporte Espetacular – Getty Images
Torben Grael
Lenda da vela brasileira e mundial, soma cinco medalhas olímpicas, com dois ouros, uma prata e dois bronzes em três décadas diferentes. É pai da também campeã olímpica Martine Grael e irmão de outro medalhista olímpico, Lars Grael.

Isaquias Queiroz
Ainda muito jovem, o baiano destaca-se entre os astros olímpicos do país por ter sido o único na história a conquistar três medalhas em uma mesma Olimpíada (2016) e despontar como um pioneiro da modalidade, antes sem tradição dentro do Brasil.

Oscar
O Mão Santa não chegou a conquistar uma medalha olímpica, mas foi cinco vezes aos Jogos e se consolidou como maior cestinha da modalidade em todos os tempos (1.093 pontos). Está no Hall da Fama do basquete e é geralmente citado como um dos maiores jogadores da história

Sheilla
A oposta foi o expoente da seleção feminina de vôlei bicampeã olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012, sempre com papel de liderança e decisiva em quadra. Assim como ela, Fabi, Fabiana, Jaqueline e Thaísa são as únicas com dois ouros.

Sheilla vôlei Maiorais - Divulgação
Sheilla vôlei Maiorais – Divulgação

Giba
O ponteiro levou o ouro em Atenas 2004 e duas pratas, em Pequim 2008 e Londres 2012. Também foi tricampeão mundial com a seleção em 2002, 2006 e 2010. Além disso, foi eleito várias vezes o melhor do mundo e, em 2008, entrou para o Hall da Fama do vôlei

Marta
Seis vezes vencedora do troféu de melhor jogadora do mundo, a craque tem duas medalhas de prata conquistadas em Atenas 2004 e Pequim 2008 e é amplamente considerada a maior atleta do futebol feminino em todos os tempos. (Globo Esporte)