Depois de visitar as cidades californianas de Los Angeles, Carmel, San Francisco, chegou o momento de conhecer a fantástica região de Wine Country (país do vinho).

A minha viagem partiu de San Francisco atravessando a San Francisco-Oakland  Bay Bridge em direção a Santa Helena e Napa Valley. Na volta, graças à orientação do meu filho Vicente Vuolo Júnior, fiz um trajeto diferente, apreciando a belíssima paisagem das montanhas e vinhedos de Sonoma até chegar ao balneário de Sausalito e a famosa ponte Golden Gate.

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Iniciada no Vale do Sonoma em 1823, quando frades franciscanos plantaram videiras, a indústria vinícola da Califórnia ganhou novo impulso com o conde húngaro Agoston Haraszthy em 1857.

Conhecido como o “Pai do Vinho Californiano”, ele plantou videiras europeias no primeiro grande vinhedo do Estado, a reverenciada Buena Vista Winery.

Hoje, além de seus soberbos vinhos e vinhedos, o Wine Country é conhecido por seu clima suave, suas mansões situadas em colinas com vista de tirar o fôlego, paisagens que se misturam entre praias privadas e bosque de sequoias.

O Vale do Napa abrange as cidades de Yountville, Oakville, Santa Helena, Rutherford e Calistoga. Há mais de 250 vinheiras espalhadas por suas colinas e vales, algumas do início do século XIX. Visitei duas vinícolas.

A primeira, considero um passeio obrigatório, pela rica história da família Mondavi. Na verdade, a história da tradição dos vinhos de Napa Valey e de Robert Mondavi se misturam. O começo se deu quando Cesare Mondavi, vindo da Itália, comprou terras na Califórnia para plantar e vender uvas. Algo bastante incomum já que à época vigorava nos Estados Unidos a Lei Seca.

Foi esse investimento inicial que permitiu – com o término da Lei Seca – montar uma pequena vinícola. Com a morte do patriarca, Robert Mondavi acreditou que seria capaz de produzir vinhos de alta qualidade comparáveis aos europeus. E, para isso, investiu ao importar inovações que colocaram a Califórnia definitivamente no mapa da enocultura mundial.

A outra vinícola por mim visitada foi a Beringer, fundada em 1875, é considerada a vinícola mais antiga de Napa em operação contínua. Nela, tem um dos casarões mais lindos de Napa Valley. Um casarão de pedra antigo com telhados de madeira pontiagudos envoltos por um parque. Sem dúvida, um dos cenários mais lindos da região.

O “highlights” da visita é o ambiente pomposo da Rhine House, uma exclusividade para quem faz a degustação do tipo reserva.

Outra opção pata degustar os maravilhosos vinhos californianos é pelo “Trem do Vinho” com almoço gourmet e degustação de vinho no lindo vagão com poltronas confortáveis, todas de frente para a janela. Ainda existe o vagão restaurante com um bar completíssimo.

Fundada por Samuel Brannan, um milionário local, para transportar os residentes de San Francisco até seu Spa em Calistoga, a ferrovia de Napa é quase tão antiga quanto o Estado da Califórnia.

Quando a indústria automobilística ganhou importância a ferrovia passou por um período de decadência. Preocupados com o abandono, os habitantes resolveram se unir, e montaram um grande projeto para transformar a ferrovia em uma atração turística. Não faltou investidores. Foi um sucesso total.

Mais um belo exemplo para nós que queremos ver nosso país e nosso Mato Grosso prosperarem com o investimento inovador e o trabalho de nossa gente criativa e hospitaleira. Assim que nos unirmos para superar o atraso das pessoas que deixam vagões do VLT apodrecerem sem decisão sobre a obra paralisada.

Devemos pensar em utilizar todos os meios para dotar nossas cidades de condições para aproveitar o turismo como fonte de emprego e renda. Incentivando projetos que produzam frutos aqui mesmo, nessa terra cheia de oportunidades.

Vicente Vuolo é economista, cientista político e coordenador do movimento pró VLT.