A Justiça de Mato Grosso concedeu liberdade, na tarde desta quarta-feira (26), ao jornalista Leonardo Heitor Miranda, de 38 anos, acusado de importunação sexual, difamação, ameaça e tentativa de estupro, usando perfis falsos.
Leonardo estava preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), na capital. Ele foi preso em novembro de 2019 e deve ser solto ainda nesta quarta-feira.
A decisão é da juíza Tatiane Colombo, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, que revogou a prisão do jornalista.
O processo tramita em segredo de Justiça.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informou ao G1 que Leonardo será solto sem tornozeleira eletrônica ou medidas cautelares.
Ele havia virou réu em um dos processos em janeiro deste ano.
No mesmo mês a juíza da 6ª Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães, revogou outra prisão do jornalista, que acabou continuando preso por força de um segundo mandado.
Leonardo descumpriu uma medida protetiva ao se aproximar do local de trabalho de uma das vítimas. À imprensa, o jornalista disse que foi ao prédio comercial para consultar um advogado.
O caso
Pelo menos 10 mulheres fizeram denúncia contra ele na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.
A prisão foi pedida pela polícia em um inquérito de crime contra a dignidade, que tramita na delegacia. O mandado de prisão foi deferido pela 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar da Capital.
Leonardo Heitor trabalhava como assessor na Assembleia Legislativa e foi exonerado do cargo após as denúncias.
Nos perfis falsos, o suspeito usava a foto de um homem que mora em Portugal e que seria amigo de um conhecido do jornalista.
Em uma postagem no perfil dele no Facebook, ele diz ter registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito por uso indevido de imagem.
Ele agia sempre da mesma forma. Ora se aproveitando da proximidade devido à profissão, ora se aproveitando dos contatos que tinha das vítimas para mandar mensagens usando perfis falsos, segundo as vítimas.
À época em que o caso veio à tona, o jornalista disse que conversava com algumas colegas de trabalho, mas que não tinha a intenção de assediá-las.