“Por que você corre?” Quase todo praticante de corrida já ouviu essa pergunta ao menos uma vez na vida —muitas vezes, seguida do desagradável questionamento: “Mas você treina tanto e nunca ganha?”. E se correr é difícil, cansa, às vezes até dói e a gente nunca ganha, por que gostamos tanto de fazer isso?
A pesquisa “Why we run”, realizada pela plataforma de participação esportiva Strava com 25 mil usuários de nove países, incluindo o Brasil, buscou responder essa questão. Segundo o levantamento, no mundo todo saúde e aparência física são as principais preocupações e motivações de quem calça o tênis para treinar, sendo que mais de 80% dos atletas citaram ter começado a praticar a atividade física para “ser mais saudável”, “ficar mais forte” ou “ter mais energia”. Entre outras motivações para correr estão “encontrar os amigos” (21%), “culpa” (15%) e “dar a uma recompensa a si mesmo” (10%) —as pessoas podiam escolher mais de uma opção, por isso os valores passam de 100%
No Brasil, 22% disseram que um problema de saúde foi a razão para começar a correr, número bem maior do que na Austrália (1%), EUA (2%), Canadá (2%) e Reino Unido (2%). Na questão da aparência, 32% dos brasileiros disseram que iniciaram no esporte para mudar a aparência corporal —ocupamos a quinta posição nesse quesito, em que a Alemanha (47%) foi a líder, seguida do Reino Unido (35%) e Canadá (35%). Além disso, 21% dos brasileiros disseram que correm para ficar mais fortes e 5% para despachar o estresse.
Ódio ao despertador e a amor à chegada
Seja para treinar, seja para participar de provas, em algum momento todo corredor precisa acordar cedo —às vezes 4h da madrugada ou até antes. Nos dias de semana, 55% dos brasileiros fazem exercício de manhã e, nos finais de semana, esse percentual é de 76%. Mas não pense que todos pulam da cama felizes da vida. Somente 17% disseram amar se levantar com as galinhas. Então, por que insistimos em sair da casa quando tem gente voltando da balada? Pelo prazer de cruzar a linha de chegada, algo amado por 70% dos brasileiros participantes da pesquisa. Viu? Não é preciso ganhar para cruzar a linha de chegada feliz.