Embora esteja fazendo tremer os alicerces da política de Mato Grosso, a delação premiada é um “bom negócio” para o  ex-deputado estadual José Geraldo Riva, ex-presidente da Assembleia Legislativa. Ele firmou compromisso com o Poder Judiciário de Mato Grosso de devolver o montante de R$ 92 milhões ao Tesouro do Estado.

O acordo foi estabelecido na colaboração premiada do ex-parlamentar, homologado na última quinta-feira (20) pelo desembargador Marcos Henrique Machado, do Tribunal de Justiça.

Do total a ser restituído, R$ 90 milhões dizem respeito ao ressarcimento aos cofres públicos, enquanto R$ 2 milhões seriam relativos à multa com o Poder Judiciário.

No acordo ainda consta que Riva deverá cumprir dois anos em regime fechado diferenciado, conhecido como prisão domiciliar e se submeter ao uso de tornozeleira eletrônica.

Delação premiada

O acordo de Riva possui 58 anexos, armazenados em caixas do tipo box, que narram supostas condutas ilícitas praticadas por ex-parlamentares e gestores, ocupantes de mandatos e cargos públicos e até membros do próprio Poder Judiciário de Mato Grosso.

No documento, Riva revelou o pagamento de propinas milionárias a 38 parlamentares e ex-parlamentares ao longo dos 20 anos em que esteve no comando do Poder Legislativo de Mato Grosso. Neste período, pagamentos ilícitos teriam chegado a R$ 175,7 milhões.