A cidade de Paris será palco da reunião que pode terminar com Yaya Touré assinando contrato com o Botafogo. Clube e jogador irão se encontrar na capital da França nesta quinta-feira (20) para tentar selar o acordo. As conversas serão lideradas pelo ex-presidente Carlos Augusto Montenegro.
Touré já tem em mãos a proposta do Botafogo e estuda os números junto dos representantes. O Botafogo espera que a reunião desta quinta seja definitiva e está otimista por um acerto. Mas, ainda não há posição clara por parte do jogador, que está livre no mercado.
Porém, alguns sinais animam a diretoria. Como o papo entre Touré e o técnico Paulo Autuori. O volante conversou com o possível novo chefe e, segundo pessoas próximas, gostou do que ouviu sobre o clube. Também anima a parceria com outro jogador de fama internacional, o japonês Keisuke Honda.
Montenegro passa férias na Ásia, de onde seguirá direto para a capital francesa especialmente para o encontro com o volante de 36 anos. Para fechar com Touré, o Botafogo contará com a ajuda de investidores para bancar a transação. Entre eles o youtuber Felipe Neto e o humorista Marcelo Adnet.
Otimismo cresce pela contratação do marfinense — Foto: Reuters
O modelo que está na mesa é bem parecido com o que seduziu Honda. O clube não consegue pagar um salário fixo alto, mas oferece variáveis que podem deixar o contrato gordo. O que inclui participação em patrocínios, venda de camisas e aumento do número de sócios-torcedores. Touré, no entanto, pediu mais do que o japonês recebe.
Da parte alvinegra, a conversa é liderada por Montenegro e pelo vice-presidente comercial e de marketing do clube, Ricardo Rotenberg. Ambos fazem parte do Comitê Executivo de Futebol, que ainda inclui o presidente Nelson Mufarrej e outros membros da diretoria.
Sonho do clube e torcedores
O sonho do Botafogo com Yaya Touré pode se tornar realidade. Após aprovar o nome do marfinense, que foi oferecido, o Alvinegro entra em dias determinantes para o avanço da negociação. O canal está aberto entre clube e atleta, e a semana é vista como decisiva para o sucesso do negócio.
Assim como aconteceu com Honda, as conversas são intermediadas pelo empresário Marcos Leite. O avanço, hoje, depende mais do clube do que do próprio Yaya Touré e seus representantes. O Bota já tem ideia de quanto o jogador pretende receber e tenta recursos para chegar perto da pedida inicial para levar a negociação a outra esfera. O contato com potenciais investidores teve resposta positiva, o que facilita o trâmite.
Ambas as partes trabalham com até quinta-feira como prazo. A semana é encarada com otimismo por pessoas ligadas à negociação. O Alvinegro pretende amarrar todo o pacote e ir ao limite, mas “sem dar um passo maior que as pernas”. A expectativa é por uma conversa já com números na mesa neste dia.
Os trunfos do clube
Longe do discurso de “mágica financeira”, o Botafogo tem fórmula desenhada. A diretoria olha não apenas os gastos com Yaya Touré, mas a receita a curto prazo com a chegada do atleta. Como afirmou o presidente Nelson Mufarrej em entrevista na última segunda-feira.
Além da ajuda de investidores, o clube prepara meios para diluir partes do salário do ex-jogador de Barcelona e Manchester City em verbas de patrocínio, vendas de camisa e, principalmente, o programa de sócio-torcedor.
Presidente pôs pés no chão, mas não descartou acerto — Foto: Raphael Zarko
A grande carta na manga, inclusive, é a mobilização da torcida alvinegra. Os responsáveis por fechar a proposta esperam seduzir Yaya Touré com números sólidos e demonstração da atmosfera criada pelo clube e torcedores, num ambiente 100% propício para a chegada do jogador. Por isso, o vazamento da notícia sobre a negociação, o que irritou a diretoria em um primeiro momento, passou a ser visto como trunfo.
De onde vem o dinheiro
É de conhecimento do Botafogo o alto investimento necessário para trazer o volante, fora da realidade de momento se o clube contasse apenas com os próprios esforços. O acerto com Honda nas últimas semanas faz o trabalho ser ainda maior na nova empreitada. A pedida salarial do marfinense é maior em comparação com o japonês.
Enquanto o camisa 4 chegou com salário inicial dentro do teto, o esforço para contratar Touré terá de ser maior. De positivo, o fato de não existir um movimento de compra, já que se trata de um jogador livre no mercado após encerrar passagem pelo Qingdao Huanghai, da China.
A matemática não é simples, e o clube precisa de parceiros para concluir o negócio. O Botafogo já apresentou as ideias aos nomes mais fortes e potenciais interessados, que viram em Touré uma boa oportunidade de retorno. A pedida de salário está acima do teto alvinegro, mas longe de ser astronômica. (Globo Esporte)