Após a meia Andressinha, contratada pelo Corinthians, outra estrela da seleção feminina acertou o retorno ao futebol brasileiro para a temporada de 2020, e justamente para o maior rival do alvinegro. Nesta quinta (13) a atacante Bia Zaneratto foi apresentada como reforço do Palmeiras na Academia de Futebol, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, local de treinamento da equipe masculina.
A jogadora de 26 anos, que passou os últimos sete na Coreia do Sul, estava acertada com o Wuhan Xinjiyuan (China). Porém, o surto de coronavírus no país (com epicentro na cidade de Wuhan) impediu o retorno da imperatriz (apelido que recebeu na Coreia) à Ásia. Com isso, Bia foi emprestada pelo novo clube ao verdão até 1º de junho.
Anunciada pelo diretor de futebol feminino palmeirense, Alberto Simão, como a “melhor em atividade no Brasil”, ela recebeu a camisa 10 e comemorou a fase da modalidade no país, com mais clubes grandes envolvidos e jogadoras de seleção atuando em casa.
“Acho que é um momento mágico. O futebol feminino nunca foi tão valorizado [no Brasil]. Hoje, todos os jogos são transmitidos. Sabemos da qualidade das meninas, nós que vivemos isso há muitos anos. A Rosana [vice-campeã mundial e olímpica pela seleção, hoje no Palmeiras], que ia parar, voltou. Ela disse ‘roí o osso para caramba, e agora, na hora do bolo, na parte gostosa, eu não vou viver isso?’. Acho que esse é o momento bonito do futebol feminino, que é colher os frutos que meninas lá atrás tanto sofreram e correram atrás”, declarou.
Além de Bia e Andressinha, outras jogadoras com larga experiência na seleção também estão no futebol nacional. A lateral Tamires, por exemplo, chegou ao Corinthians no ano passado, onde já atuava a zagueira Erika. O Internacional, também em 2019, repatriou a lateral Fabi Simões e a zagueira Bruna Benites. A centroavante Cristiane, que acertou no início do mês o retorno ao Santos, tinha defendido o São Paulo na última temporada.
“Hoje, o Brasil é o lugar que está mais atrativo [para as jogadoras do país] no futebol feminino. Tem a proximidade com a Pia [Sundhage, sueca que é a técnica da seleção], que está aqui acompanhando”, disse. “Era certo que eu iria para a China. Quando mudou, as meninas começaram a me chamar, cada uma para um time [risos]. Tem umas no Corinthians, tem umas no Santos, umas no São Paulo. Então, precisava ter no Palmeiras. Essa vai ser a grandeza do futebol feminino esse ano. Todos vão querer assistir, e é assim que vai crescer”, completou.
No Palmeiras, Bia terá como base a cidade de Vinhedo, interior paulista, a cerca de 75 quilômetros da capital São Paulo, onde a equipe feminina do verdão treina e joga. Ela recordou, inclusive, de ter atuado lá em uma edição de Jogos Regionais da Juventude pelo time sub-18 de sua cidade-natal, Araraquara (SP), que, aliás, é a terra da Ferroviária, atual campeã brasileira e clube que a revelou.
Por ironia, as guerreiras grenás são as próximas rivais do alviverde pelo Brasileirão Feminino, neste domingo (16), às 15h (horário de Brasília), no estádio Nélio Bracalente, em Vinhedo. A estreia de Bia, porém, depende não só da parte física, como de seu nome aparecer no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), liberando-a para jogo. Após duas rodadas, as palmeirenses têm um resultado positivo (4 a 0 sobre o Vitória, em Salvador) e um negativo (1 a 3 para o Corinthians, em casa).