Tiago Nunes acredita que o Corinthians tenha sido superior ao Guaraní nas partidas que levaram o Timão à eliminação na segunda fase da Libertadores. Derrotado por 1 a 0 em Assunção e com uma insuficiente vitória por 2 a 1 em Itaquera, o Timão teve vida curtíssima na competição.

O treinador não poupou críticas ao árbitro argentino Néstor Pitana, que tomou decisões consideradas equivocadas na Central do Apito. Para Tiago, os erros foram determinantes para a eliminação.

– Queria agradecer ao nosso torcedor, que valorizou muito o esforço dos atletas em campo aplaudindo depois da partida. E parabenizar os jogadores pelo o que eles fizeram, se doaram muito. Criamos o suficiente para vencer. Ao mesmo tempo, quero pedir desculpas a arbitragem brasileira pela crítica que fazemos, ainda mais enfrentando uma arbitragem terrível como a de hoje, do Néstor. Um cara experiente no futebol, sabe levar um jogo da maneira que deseja. Foi determinante – criticou o treinador.

– Importante lembrar que vencemos, criamos para tal, jogamos com um a menos (Pedrinho expulso). Fomos superiores ao adversário nas duas partidas. Em um momento pontual, até o momento que houve a falta que não aconteceu, o Gil não toca no jogador deles. Quando as coisas fogem do nosso controle, saem da normalidade do campo, é difícil fazer uma avaliação precisa – destacou.

O Corinthians teve de jogar com um jogador a menos a partir dos 28 minutos do primeiro tempo, quando Pedrinho tentou uma bicicleta, acertou o jogador adversário e recebeu o segundo amarelo. Tiago Nunes, porém, disse que não se deve procurar vilões neste momento.

– Não tem nada de vilão, é um jogador muito importante para a nossa equipe. A primeira falta foi um acidente, foi bem na minha frente. A segunda ele nem enxerga, está de costas tentando a bicicleta, mas o adversário antecipa. Como vou culpar? Não tem como. Enquanto esteve em campo contribuiu muito. Tem todo o nosso carinho. Eu não fico passando responsabilidade, temos que lamber nossas feridas, saber o que precisamos melhorar. Que esse momento sirva de aprendizado.

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Balanço do início de trabalho

– O que fico satisfeito é que a equipe lutou, foi equilibrada. Penso que somente contra o Mirassol tivemos dificuldades, mas, nas demais, sempre fomos melhores que os adversários. Dentro de uma mudança de cultura de futebol que a gente está tentando implementar, nove jogos é o início de um trabalho. Temos muito pela frente para colher melhores frutos na temporada.

Comparações com 2019

– Não tem como fazer uma comparação com o trabalho realizado no Athletico. É um outro clube,outro momento, outra condição, outro grupo de atletas. Existe uma cobrança por resultado porque lá tivemos resultados positivos. A cobrança existe pelo simples fato de ser treinador do Corinthians. Qualquer um que ocupe essa cadeira é cobrado. Eu não me sinto incomodado, de maneira alguma. Eu tive apoio irrestrito dos jogadores e da direção. Quando eu fui contratado perguntei para a direção qual era o motivo da minha contratação. O presidente Andrés foi muito claro. Ele falou que era para mudar uma cultura de futebol e olhar para a base. Isso temos feito, colocamos vários jovens atletas para jogar. Estamos tentando praticar um tipo de jogo que leva um tempo maior.

Trabalho que leva tempo

– Mesmo nessas oscilações temos tido boas performances. Temos criado situações de sermos melhores que o adversário na maior parte do tempo. É um processo que leva tempo. Você precisa de vinte, trinta, quarenta jogos. Para criar uma cultura de jogo, encaixar melhor os jogadores, entender quem vai fazer parte do elenco até o final, isso leva tempo até as coisas acontecerem bem.

Clássico pós-queda, como em 2011

– Todo jogo é uma oportunidade, independente da magnitude do jogo. Eu gosto de reitera bem que saímos desclassificados, mas não derrotados. Nós vencemos o jogo hoje, mesmo com um a menos. Qualquer comparação com 2011 não é compatível com hoje. São jogadores diferentes, comissão diferente, um clube diferente nesse momento. Não vejo de maneira positiva a comparação.

Clássico de sábado

– Diferente do São Paulo que teve uma preparação ao longo da semana, nós jogamos hoje. Passada meia-noite, já é quinta-feira, e os jogadores ainda nem foram dormir. Temos que ter o cuidado de recuperar. Enxergo uma possibilidade de grande jogo no sábado. Mas sabemos que teremos que nos fortalecer muito, é um jogo duro, tem muita representatividade.

Carências no elenco

– O Yony já está anunciado. O Ederson (do Cruzeiro) eu desconheço da negociação. Temos ainda jogadores para entrar no elenco que estão no departamento médico, como o Ramiro e o Danilo Avelar, além do Léo Santos. São jogadores do próprio clube que serão reforços, além do próprio Yony.

Troca Sidcley por Piton

– Sidcley saiu porque cansou em função de estarmos jogando com um a menos. Diferente do outro lado, onde tinha uma cobertura do Camacho ou do Love, o Luan, por ser um meia de flutuação, não fechava muito a esquerda. O Sidcley ficou sobrecarregado. Era um momento que precisávamos chegar com força ofensiva. Mas ele esteve muito bem na partida.

Love e Boselli juntos

– É uma situação boa que apareceu para esse jogo. Como tínhamos certeza que o Guaraní ia estacionar o ônibus na grande área, jogar com dois atacantes infiltrados exigiria que um deles voltasse muito para compor. Os dois foram muito bem. Contra o São Paulo é outra situação, vamos avaliar. Isso varia de acordo com o adversário e o momento do jogo.

Pedrinho titular

– Pedrinho é ótimo jogador, atleta de seleção olímpica, vem de uma conquista importante. Tem toda identidade do clube, todo o respeito nosso. Como jovem, precisa evoluir em aspectos táticos, técnicos e físicos. É um jogador que precisa se adaptar mais ao nosso modelo. A função que ele exerceu hoje foi a mesma que exerceu pelo Brasil contra a Argentina. Como nós jogamos com Boselli e Love, e lá na Seleção jogava com Matheus Cunha e Paulinho, pedimos para ele fazer a mesma função. Fez com qualidade. Para o próximo jogo vamos avaliar, depende do jogo. Ele vai disputar posição com os demais. (Globo Esporte)